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Em meio à Covid-19, especialistas alertam para cuidados contra a dengue

Com o isolamento social e o medo de uma coinfecção, eliminar os focos de água parada se torna ainda mais importante para evitar a dengue

Por Mariana Nakajuni, da Agência Einstein*
Atualizado em 30 abr 2021, 12h00 - Publicado em 17 mar 2021, 12h59
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  • “A medida mais importante a ser adotada é a conscientização”, afirma Simone Prado, a respeito da dengue. Enfermeira e integrante da equipe de Vigilância em Saúde do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM), ela alerta que se informar sobre as causas e riscos dessa infecção é fundamental durante a pandemia de Covid-19 para “evitar a presença de mais um agravante diante do cenário em que vivemos”.

    A dengue é uma doença viral que, na maior parte dos casos, traz sintomas como febre, indisposição e dores nos músculos e atrás dos olhos. Entre cinco e sete dias depois, a temperatura e os incômodos vão desaparecendo, mas o cansaço pode persistir.

    Entretanto, a enfermidade também às vezes se apresenta com maior gravidade. É a chamada “dengue complicada”.

    Hélio Bacha, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que é possível confundir os sintomas da dengue com os do coronavírus, o que dificulta o diagnóstico. Além disso, o médico diz que existe a possibilidade de uma dupla infecção. “Nós temos poucos relatos e pouca experiência da coinfecção. Mas isso nos traz preocupações”, arremata.

    Do começo de 2021 até o dia 20 de fevereiro, o Ministério da Saúde registrou 54 049 casos e oito mortes por dengue no país. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma diminuição de aproximadamente 77% nos casos.

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    No entanto, estados como Acre lidam com um surto da doença, ao mesmo tempo que enfrentam a pandemia de Covid-19. Números da Secretaria de Saúde do Acre apontam que, do primeiro dia do ano até 23 de fevereiro, as notificações de dengue triplicaram em relação ao mesmo período de 2020, saltando de 2 598 para 7 514.

    Bacha reforça que a principal forma de prevenção é por meio do combate ao mosquito Aedes aegypti — ele também é responsável pela propagação da zika e chikungunya. “Se não tivermos no ambiente o mosquito, que dissemina a doença ao picar os humanos, não haverá transmissão”, diz o infectologista.

    “É preciso promover uma orientação para evitar a proliferação do mosquito, eliminando focos de água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros”, afirma Simone. O Aedes aegypti se multiplica quando a fêmea deposita seus ovos em focos de água parada, como vasos de planta, galões, pneus, frascos plásticos e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

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    Mesmo em cenário de pandemia, agentes comunitários de saúde e de promoção ambiental vêm fazendo visitas domiciliares para orientar as famílias. “Tendo em vista o vínculo que existe entre os colaboradores e a população, reforçamos a importância da inspeção, respeitando o distanciamento social e os cuidados de higiene e biossegurança. Isso deixa as pessoas mais tranquilas durante a ação”, explica Simone.

    O fato de a população passar mais tempo em casa também facilita a atuação dos profissionais, já que parte dos moradores está presente para recebê-los. Por outro lado, essa tendência levanta alertas: “O Aedes aegypti é um vetor principalmente doméstico. A maior parte da transmissão da dengue se dá dentro de casa. À medida que temos o home office, ganhamos uma preocupação a mais”, conclui Bacha.

    Dicas de prevenção contra a dengue

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    *Este conteúdo é da Agência Einstein.

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