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Ducha vaginal: entenda por que ela não é boa para você

Prática regular pode desequilibrar o pH da vagina e contribui para infecções e transporte de micro-organismos

Por Thiago Müller
25 Maio 2025, 06h00
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Corpo tem seus próprios mecanismos de limpeza. Mesmo em caso de odores indesejáveis na região íntima, não é a ducha que vai resolver a causa de fundo (Alpina Plast/Divulgação)
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Embora a ducha vaginal pareça estar relacionada à higiene, a realidade é bem diferente: lavar a parte interior da vagina pode trazer uma série de riscos para a saúde e é algo contraindicado pelos médicos.

A prática regular pode desequilibrar o pH e o nível dos micro-organismos que existem naturalmente por ali, contribuindo para infecções e a chegada de micróbios que efetivamente podem causar doenças.

É importante ressaltar que a ducha é diferente de lavar a parte externa da vagina. Com a ducha, o líquido “limpante” é colocado no interior do canal. Por vezes, ela ainda é vendida em lojas com misturas prontas, com soluções que incluem vinagre, bicarbonato de sódio ou iodo, todas substâncias que, sem o devido cuidado, podem trazer problemas.

Além da ideia de que a ducha vaginal ajudaria na higiene íntima, também existe, por vezes, uma crença de que ela poderia ajudar a prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ou gravidez. Ela não tem qualquer efeito para ajudar contra nenhuma das duas coisas. Pelo contrário, no caso das ISTs, pode até favorecê-las.

+Leia também: Conhece-te a ti mesma: a saúde íntima feminina

Os perigos da prática

A primeira complicação ocorre pela mudança do ambiente da vagina: nesse local, já há uma flora constituída, que age para proteger a parte interna contra crescimento excessivo de organismos potencialmente patogênicos.

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Quando realiza-se a ducha vaginal, pode ocorrer uma remoção da flora saudável.

Além disso, sem a ducha, o ambiente vaginal consegue manter um pH inóspito a certos micróbios indesejáveis. Inserir um líquido inadequado altera a acidez e pode favorecer o crescimento deles, enquanto a água, pressurizada, pode transportar esses patógenos para aquele ambiente.

Todo esse quadro contribui para infecções no trato genital e, posteriormente, acima do colo do útero e no útero, e também em tubas uterinas e na cavidade abdominal. Além disso, pode haver maiores chances de colonização do local por organismos causadores de ISTs, se já estiverem presentes.

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+Leia também: Infecção urinária: o que é, os sintomas e o tratamento

A prática também favorece o desenvolvimento de quadros como a vaginose bacteriana ou a doença inflamatória pélvica. Em diferentes níveis, essas alterações podem provocar dores, irritação, corrimento, febre, fadiga e outras encrencas de saúde que se manifestam pelo corpo muito além da região genital.

O ideal é não usar a ducha vaginal, mas, caso isso já tenha ocorrido, procure imediatamente ajuda médica em caso de qualquer complicação após a prática. Sem tratamento adequado, algumas infecções que começam nessa parte do corpo podem causar complicações que exigem até internação hospitalar.

Higiene íntima sem ducha

O ambiente vaginal possui seu próprio mecanismo de limpeza natural, que remove o sangue, sêmen e secreção, sem necessidade de recorrer às duchas.

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E, se a preocupação for o odor, é importante ressaltar que mesmo que o ambiente seja saudável e limpo, um odor, que não é excessivo, e muda ao longo do dia é absolutamente normal. Caso ainda assim haja cheiros ou corrimentos que você considere anormais, não é a ducha que vai resolver: procure um ginecologista, pois pode ser indício de alguma infecção ou outro problema não tratado.

Para a limpeza, opte por utilizar água e sabão sem perfume somente na área externa. Quaisquer desodorantes vaginais, sprays, géis, supositórios, talcos ou comprimidos não são recomendados.

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