A doença inflamatória pélvica (também conhecida pela sigla DIP) começa com uma infecção que atinge o útero, as tubas uterinas e os ovários. Embora outras situações possam facilitar a entrada de micro-organismos na vagina, em geral a condição é causada por uma bactéria transmitida sexualmente.
Existe tratamento com antibióticos para a doença, mas a DIP pode se tornar recorrente ou crônica e deixar sequelas nos órgãos do aparelho reprodutivo.
Para garantir que o problema não cause danos graves, é importante seguir o ciclo de medicação corretamente. Interromper o uso dos antibióticos antes do recomendado pelos médicos é receita para criar bactérias resistentes.
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Além disso, em um estágio anterior é fundamental se prevenir contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs): utilizando preservativos e realizando testes de rotina.
Conheça mais sobre a DIP abaixo.
O que causa a doença inflamatória pélvica?
Vários micro-organismos podem ser causadores de DIP, mas as principais vilãs são as bactérias. A partir do contato com o canal vaginal, os agentes infecciosos podem chegar aos órgãos sexuais internos.
O mais comum é que o contato com as bactérias ocorra a partir da prática de sexo sem proteção. Daí, decorrem infecções sexualmente transmissíveis como clamídia e gonorreia que, se não tratadas, podem levar à DIP.
Outras situações também podem facilitar a entrada dos microrganismos por ali: é o caso de partos vaginais, abortos, curetagens, cirurgias ginecológicas e uso frequente de duchas higiênicas íntimas. A colocação de DIU pode contribuir para o acesso de agentes infecciosos, mas somente nas primeiras três semanas após o implante.
A principal recomendação de profissionais da saúde é a prevenção. Utilizar preservativos nas relações sexuais é essencial para evitar as infecções que causam DIP – e podem levar a uma doença crônica.
A maioria dos casos ocorre em mulheres que estão em idade fértil. É raro que a DIP afete pessoas antes da menarca ou após a menopausa. Quem já lida com um quadro de vaginose bacteriana tem maior risco de desenvolver DIP.
Quais os sintomas da DIP?
Nem sempre a DIP apresenta sintomas. Depois de um caso agudo da doença, ela ainda pode se tornar recorrente ou crônica. Os sintomas mais comuns do quadro são:
- Dor ou desconforto no abdômen ou na pélvis, que piora durante relações sexuais ou entre ciclos menstruais;
- Corrimento vaginal com odor forte e desagradável;
- Dor ou ardência ao urinar;
- Sangramento uterino irregular;
- Dor e sangramento excessivo durante a menstruação;
- Febre;
- Fadiga;
- Náuseas e vômitos.
Os casos assintomáticos levam a um atraso no diagnóstico e no início do tratamento, aumentando o risco de complicações. O avanço da DIP pode levar à formação de abscessos, à infertilidade e à dor pélvica crônica.
Outra sequela é o risco de gravidez ectópica: o tecido cicatrizado nas tubas uterinas impede que, em caso de fecundação, o óvulo alcance o útero. Assim, o embrião fica implantado fora do útero, condição que gera muitos riscos à saúde.
Não há um exame único para diagnosticar DIP. Em geral, os sintomas, o exame físico e o histórico de ISTs dão base ao diagnóstico do médico, que pode se valer também de exames de imagem e biópsias.
Muitas vezes, o quadro só é reconhecido quando já existem lesões nos órgãos internos do sistema reprodutivo.
Que tratamentos existem para a DIP
O principal tratamento consiste no uso de antibióticos para cessar a infecção. A medicação pode ser administrada via oral ou intramuscular. Para alguns casos, pode ser solicitada internação para administração do tratamento intravenoso.
Três dias após o início do tratamento, é feita uma reavaliação médica. Se não houver melhora ou se houver sintomas graves, o encaminhamento para a emergência é o próximo passo clínico.
Casos de abscessos pélvicos ou de gravidez ectópica requerem cirurgia. Em geral, é recomendado que gestantes fiquem internadas para tratamento – é importante informar o médico se esse for seu caso porque também há antibióticos contraindicados durante a gravidez.
É essencial completar o ciclo de antibióticos receitado pelo médico mesmo se houver melhora dos sintomas. Além disso, é preciso avaliar e tratar parcerias sexuais dos últimos seis meses, que também podem estar infectadas.