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Dia do Parkinson: tratamento inovador busca aprovação da Anvisa

A medicação de infusão contínua demonstrou reduzir picos de piora de sintomas como tremores e rigidez muscular

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 abr 2025, 11h36 - Publicado em 11 abr 2025, 06h00
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Infusão contínua de medicamentos ajuda a minimizar sintomas de pessoas com doença de Parkinson em estágio avançado (AbbVie/Divulgação)
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Tremores, rigidez muscular, dores pelo corpo, dificuldade para dormir, alterações de humor… Cerca de 11,7 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com esses e outros sintomas causados pela doença de Parkinson. Segundo estudo publicado no The British Medical Journal, até 2050, os casos devem dobrar e chegar a 25 milhões.

Para ampliar o conhecimento sobre a condição, em 11 de abril se celebra o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. Os desafios para tratá-la são muitos, mas, gradualmente, a ciência tem desenvolvido soluções até mesmo para casos mais graves.

Um exemplo é a foslevodopa/foscarbidopa, infusão medicamentosa que é bombeada ao longo de todo o dia para o corpo de quem está em estágios mais avançados.

A liberação contínua do medicamento, mantida por um dispositivo preso ao abdômen do paciente, evita o descontrole dos sintomas e permite que a pessoa com Parkinson tenha melhor qualidade de vida.

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A solução foi desenvolvida pela farmacêutica AbbVie e, em outubro de 2024, ganhou aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos. No Brasil, a solução aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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“Uma das condições neurodegenerativas mais prevalentes do mundo, a doença de Parkinson decorre da diminuição da produção de dopamina pelo corpo”, explica Fernando Mos, diretor médico da AbbVie no Brasil. A dopamina é um neurotransmissor envolvido em diversos processos do sistema nervoso central, como a coordenação motora e a regulação emocional.

Não há cura para doença, que é crônica e progressiva. Os tratamento disponíveis hoje se baseiam, na maioria dos casos, em suprir a deficiência de dopamina no sistema nervoso central do pacientes — como é o caso desta nova terapia.

+ Leia também: Como trazer mais qualidade de vida e autonomia a quem tem Parkinson

Como funciona o medicamento

Comercializada nos Estados Unidos sob o nome Vyalev, a solução combina levodopa e carbidopa, duas substâncias já muito utilizadas no tratamento do Parkinson, em uma infusão contínua.

“A levodopa é uma medicação que revolucionou o tratamento da doença, pois ela é convertida em dopamina pelo corpo, e a carbidopa é adicionada para potencializar esse efeito”, explica Mos. “O radical ‘fos’ indica que as substâncias ganharam uma versão mais estável para serem usadas como infusão.”

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Este é o primeiro e único medicamento à base de levodopa desenvolvido na forma de uma infusão subcutânea de liberação contínua, 24 horas por dia.

O fato do paciente estar recebendo a solução 24 horas por dia é o que permite que ele não sofra com “picos e vales” do tratamento.

“Todo medicamento precisa de um determinado tempo para agir. O paciente sofre um pico do efeito, no qual ele se sente melhor, mas logo depois esse efeito diminui, e os sintomas voltam a incomodar. A liberação evita essa instabilidade”, explica Mos.

O principal ganho observado no tratamento é a diminuição das flutuações motoras, ou seja, dos períodos de recaída e piora dos sintomas.

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O medicamento é liberado continuamente por meio de um dispositivo que é acoplado ao abdômen do paciente em procedimento ambulatorial, sem necessidade de cirurgia.

+ Leia também: Parkinson: quando remédios não são suficientes, um implante traz esperança

Estudos clínicos

De acordo com um estudo clínico de fase 3, cujos resultados foram publicado no The Lancet Neurology, o período on (como é chamado o período em que o medicamento faz efeito e controla os sintomas) da infusão foi superior ao da ingestão de levodopa e carbidopa por via oral (tratamento-padrão). A pesquisa foi realizada com 141 pacientes ao longo de 12 semanas.

Com a nova terapia, também foi observada uma redução da discinesia entre os pacientes, ou seja, eles apresentaram menos movimentos involuntários em diferentes partes do como, como braços, pernas, tronco e rosto. 

No entanto, pacientes que receberam a infusão apresentaram mais efeitos adversos: 85% dos que receberam a infusão e 63% dos que tomaram a combinação oral relataram algum infortúnio. Os principais efeitos do foslevodopa/foscarbidopa foram eritema (27%), dor (26%), celulite infecciosa (19%) e edema (12%).

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A maioria dos efeitos foram leves ou moderados, mas 22% dos participantes do grupo que recebeu a infusão teve que descontinuar a terapia, enquanto apenas 1% dos pacientes que tomaram o medicamento oral fez o mesmo.

Ainda assim, este é um tratamento seguro. Um segundo estudo clínico, publicado na revista Neurology and Therapy, atestou a segurança ente 244 pacientes que foram acompanhados ao longo de um ano.

A terapia com foslevodopa/foscarbidopa já foi liberada em mais de 30 países ao redor do mundo e 4,2 mil pacientes já utilizaram o tratamento, que segue em análise pela Anvisa. 

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