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Dengue: por que o sorotipo 3 é o que mais preocupa?

Em circulação no Brasil, ele é considerado um dos mais virulentos, com maior potencial de causar quadros mais graves da doença

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 jan 2025, 18h00
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País registra aumento na incidência da dengue no período do verão (Foto: Lauren Bishop; Brandon Clifton/CDC)
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Após o recorde de casos em 2024, a dengue volta a chamar atenção no Brasil no início do ano. Em 2025, foram registrados mais de 104 mil casos prováveis e 21 mortes no país, de acordo com o painel de monitoramento do Ministério da Saúde. Outros 120 óbitos permanecem em investigação.

Tradicionalmente, o país enfrenta um aumento na incidência da doença no período do verão. A combinação de calor e chuvas favorece a reprodução do Aedes aegypti, principal vetor da infecção.

O vírus da dengue, chamado tecnicamente de DENV, é classificado em quatro sorotipos diferentes, que são nomeados de 1 a 4. Essas variações virais apresentam pequenas diferenças na sua composição. Isso significa que uma pessoa infectada pelo tipo 1, por exemplo, não desenvolve imunidade contra o tipo 2, 3 ou 4.

Por esse motivo, um indivíduo pode ter dengue até quatro vezes. Contudo, vale destacar que as infecções seguidas por diferentes sorotipos aumentam o risco de formas mais graves da doença.

+ Leia também: O que fazer para aliviar a coceira de picadas de mosquitos?

Por que o sorotipo 3 é o que mais preocupa?

O vírus da dengue tipo 3 é considerado um dos mais virulentos, com maior potencial de causar quadros mais severos.

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A introdução de um novo sorotipo em uma população exposta apenas a outros tipos pode levar a epidemias. Segundo o Ministério da Saúde, o aumento dos casos entre 2000 e 2002, por exemplo, foi associado à introdução do DENV-3 no país.

Até o dia 23 de janeiro, foram detectados 280 exames positivos para esse sorotipo, representando 38,6% entre os quatro. Os estados de São Paulo e Minas Gerais registram 92% das detecções, afirma o ministério.

“Recentemente, os sorotipos 1 e 2 foram os prevalentes no país. O sorotipo 3 iniciou sua circulação em dezembro de 2023 com taxas baixas e, em dezembro de 2024, já representava por volta de 40% dos casos. Ele não circulava no Brasil com frequência relevante desde 2008”, explica a médica infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein.

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A especialista detalha que a evolução da doença é dividida em três quadros clínicos, conforme o nível de gravidade dos sintomas. Além disso, qualquer pessoa está sujeita a desenvolver complicações.

“Algumas populações estão sob maior risco, como crianças e idosos, pois muitas vezes são pacientes que não conseguem expressar o que estão sentindo. Também gestantes e pessoas com doenças crônicas – como asma, diabetes, anemia falciforme, hipertensão, entre outras, estão mais predispostas a desenvolver complicações, além de pessoas que contraíram a dengue mais de uma vez”, pontua Emy.

Prevenção e cuidados

A prevenção da dengue inclui primordialmente a eliminação de focos de água parada, os famosos criadouros.

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Os ovos do Aedes aegypti são resistentes e podem permanecer em ambientes secos por mais de um ano. Assim, quando entram em contato com a água, prosseguem as demais fases do ciclo de vida do mosquito: larva, pupa e adulto, quando ele é capaz de voar e transmitir os vírus da dengue, Zika e chikungunya.

Mas é possível acabar com essa encrenca facilmente. Do ovo à fase adulta, o desenvolvimento do mosquito leva de sete a dez dias. Basta uma intervenção por semana para impedir que as larvas se tornem mosquitos, reduzindo os riscos de transmissão de doenças. Está em dúvida sobre por onde começar a vistoria? Confira a cartilha elaborada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Outras estratégias de prevenção incluem a utilização de repelentes e instalação de telas de proteção. Em caso de suspeita, especialmente diante de sinais de alarme, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos, busque atendimento médico.

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