Peço licença ao escritor americano Bill Bryson para tomar emprestadas algumas palavras do seu livro genial Corpo: Um Guia para Usuários (Companhia das Letras – clique para comprar): “Nossa pele é o maior órgão do corpo, e talvez o mais versátil. Ela mantém as entranhas do lado de dentro e as coisas nocivas do lado de fora. Amortece impactos. É a responsável pelo sentido do tato, proporcionando prazer, calor, dor (…) Produz melanina para nos proteger da luz ultravioleta. É capaz de se regenerar sozinha (…) É parte integrante do que entendemos por belo no ser humano. Ela zela por nós”.
Um resumo e tanto sobre esse tecido que reveste o organismo do couro cabeludo à ponta do dedão do pé. Uma trama de células, sensores, glândulas e micro-organismos que, em um adulto médio, se estende por “cerca de 2 metros quadrados no total e pesa entre 4,5 e 7 quilos”, de acordo com as somas calculadas e também tiradas — com o devido crédito — da obra de Bryson.
Um livro que, para fazer jus à relevância da pele, a coloca logo na abertura, no segundo capítulo que segue a introdução sobre a fórmula básica de que é composto um corpo humano. Mas essa ode cutânea, com seus números parrudos, nem sempre é reverenciada na correria da rotina.
Quer dizer, quase todo mundo quer sair bonito na foto e preza minimamente a aparência. Mas será que estamos cuidando direito do nosso maior órgão?
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Eis o convite à reflexão — e o alerta — que VEJA SAÚDE traz em sua reportagem de capa. Ora, a pele está exposta aos raios solares, luzes artificiais, poluentes, patógenos e companhia. Em que medida temos realmente nos ocupado dela?
Porque, decididamente, não adianta só passar um pano — e se maquiar por aí! A preocupação, muito além da estética, diz respeito sobretudo ao câncer de pele.
Trata-se do tipo mais corriqueiro de tumor no país, e, embora nem todos os casos sejam agressivos e mortíferos, a doença pode mutilar nossos contornos e a qualidade de vida. No Dezembro Laranja, o mês de conscientização sobre esse assunto de saúde pública, a chegada do verão e a inclemência do aquecimento global reforçam a necessidade de olharmos com mais carinho para o manto natural que nos recobre e nos resguarda de tantas ameaças.
Porque há um limite para tamanho potencial defensivo e regenerativo. Como aponta a matéria assinada pela jornalista Larissa Beani — estreando numa capa —, precisamos nos conscientizar de que cuidar da pele é cuidar da saúde (e vice-versa). E não só quando vamos à praia ou à piscina. Evocando Bill Bryson, vamos zelar por ela… Que ela continua zelando por nós!