Câncer de mama: técnica que evita cirurgia e outras boas notícias
Confira diversos avanços que trazem esperanças contra o contra o tumor mais comum em mulheres

Um procedimento utilizado para fazer biópsias de tumores mamários pode facilitar também o tratamento de algumas pacientes com câncer de mama. Trata-se da mamotomia, que consiste na aspiração de fragmentos do tumor por uma agulha guiada por ultrassom.
A técnica pode ser utilizada, ainda, em combinação com outro método, chamado shaving, que ajuda a retirar o nódulo com margem de segurança para garantir que todo o tecido comprometido seja coletado.
É com esse combo de procedimentos que o médico mineiro Henrique Lima Couto, coordenador do Departamento de Imagem da Mama da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), tem demonstrado ser possível evitar algumas cirurgias.
Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsApp“Em casos em que o nódulo é ainda muito pequeno, medindo até 1,5 centímetro, e em que não há sinais do acometimento da doença nas axilas, essas técnicas podem ser usadas para a remoção completa do tumor”, justifica.
No último ano, Couto apresentou em um congresso europeu um estudo realizado com 75 pacientes de câncer de mama que tiveram elevada taxa de sucesso no tratamento. Caso o método seja amplamente utilizado, estima-se que até 25% das cirurgias possam ser evitadas no país.
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Como funciona
Protocolo nacional pode agilizar o tratamento
Solução rápida
A mamotomia é um procedimento feito em poucos minutos e que não exige internação. A mulher é liberada no mesmo dia.
Em qualquer lugar
A técnica pode ser realizada em clínicas ou laboratórios que tenham um aparelho de ultrassom, capaz de guiar o médico.
Facilidade
A paciente consegue seguir o tratamento (que pode envolver quimio, radio ou imunoterapia) sem intervenções mais invasivas.
Limitações
Por enquanto, o método tem sido replicado apenas em mulheres com tumores de baixa agressividade e com receptores hormonais.
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Imunoterapia aumenta as chances de cura de um tumor comum
Pacientes com nódulos localizados tiveram boa resposta a droga que ativa as defesas
A inclusão de um medicamento que estimula o sistema imunológico a combater tumores no tratamento do tipo mais frequente de câncer de mama pode elevar as chances de cura em mulheres de todo o mundo. É o que conclui um estudo realizado com 510 pacientes de 30 países.
Aquelas que receberam um imunoterápico chamado nivolumabe, junto com a químio antes da cirurgia, tiveram desfechos mais positivos. O benefício foi maior entre mulheres com tumores que produziam uma proteína chamada PD-L1. Nesse grupo, 44% alcançaram remissão, comparado com 20% das que receberam placebo.
“Um resultado emocionante que aponta para um novo paradigma de tratamento”, afirma Sherene Loi, oncologista e líder da pesquisa clínica, em comunicado de imprensa.
O estudo foi publicado em janeiro na Nature Medicine.
Radioterapia para homens com câncer de mama
Há novidades também no tratamento do câncer de mama em homens. De acordo com um estudo brasileiro, publicado na Clinical Oncology, o uso de radioterapia após a cirurgia de retirada do tumor aumenta em 33% a sobrevida dos pacientes.
“O tratamento desses casos, que são raros, é um desafio, pois a maioria descobre a doença já em estágio avançado”, explica Gustavo Nader Marta, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT).
A pesquisa avaliou 907 homens diagnosticados entre 2000 e 2020.
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Você sabia: veja dados importantes sobre câncer de mama
- 70 % das mulheres com câncer de mama têm o tipo ER+/HER2-, alvo do estudo
- 95 % é a chance de cura quando o nódulo é diagnosticado em fase inicial
- 1,4 centímetro é o tamanho médio dos tumores detectados no Brasil, segundo a SBM
- 73 mil novos casos são identificados por ano, de acordo com o Inca
- A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que mulheres façam mamografia anualmente a partir dos 40 anos