Já consagrada no combate a dores, febres e doenças cardiovasculares, a aspirina tem tudo para ganhar uma nova aplicação. Tudo por causa de uma grande pesquisa realizada pelo Instituto de Saúde dos Estados Unidos com cerca de 11 mil gestantes em seis países — Índia, Paquistão, Zâmbia, República Democrática do Congo, Guatemala e Quênia. Metade das mulheres recebeu doses diárias do remédio, enquanto a outra parcela engoliu um comprimido sem nenhum efeito terapêutico.
“Sabemos que a principal causa de prematuridade é a inflamação. Ao mesmo tempo, conhecemos muito bem o potencial anti-inflamatório da aspirina”, justifica o obstetra Matthew Hoffman, coordenador da investigação. Ao final da experiência, os resultados mostraram um risco 11% menor de partos antecipados na turma que foi medicada. “Nossos resultados indicam que o médico e a paciente devem discutir o assunto e a necessidade de utilizar ou não o fármaco durante os nove meses de gestação”, completa o especialista.
Passado de respeito
O Papiro Ebers, um tratado médico egípcio de 1500 a.C., já sugeria a infusão de folhas de murta contra dores reumáticas. Essa planta possui o mesmo princípio ativo da aspirina moderna. A droga, também conhecida como ácido acetilsalicílico, foi sintetizada em 1897 pelo alemão Felix Hoffmann e segue como uma das campeãs de venda nas farmácias.
Fármaco multiúso
A aspirina está entre as drogas mais versáteis
Dor
É uma de suas indicações mais clássicas e antigas. O produto minimiza a inflamação que está por trás dos incômodos.
Febre
O mesmo princípio se aplica aqui: o comprimido age sobre a inflamação. Se os sintomas persistirem, procure um médico.
Infarto e AVC
Cardiologistas indicam a alguns pacientes uma dose por dia para afinar o sangue e resguardar coração e cérebro desses males.
Câncer
Há indícios de que essa medicação também atuaria na prevenção dos tumores. Mas isso ainda precisa ser confirmado pela ciência.