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Aplicativo auxilia a controlar sintomas e até a tratar o câncer

A ferramenta brasileira, chamada Wecancer, tem ajudado médicos e pacientes a acompanhar a doença e as reações adversas causadas pelos remédios. E é grátis

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 8 jan 2020, 10h41 - Publicado em 17 Maio 2018, 16h36

Em meio ao surgimento de remédios cada vez mais refinados na luta contra o câncer, persiste na oncologia uma dificuldade rudimentar: a de acompanhar o estado de saúde dos pacientes, principalmente quando não estão hospitalizados. Em casa, muitos sintomas deixam de ser reportados ao médico, o que afeta o sucesso do tratamento – ainda bem que estão pipocando soluções tecnológicas como o aplicativo brasileiro Wecancer.

Segundo Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia e do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, quando o paciente está no conforto do lar tomando apenas remédios via oral – ou mesmo se visita o ambulatório só de vez em quando para receber uma infusão –, ele naturalmente diminui o contato direto com o médico. Consequentemente, reporta menos os efeitos colaterais da medicação e os sintomas provocados pelo tumor.

“Isso complica, porque a pessoa pode diminuir a dose do remédio por conta própria acreditando que isso aliviará os sintomas. Só que isso reduz a efetividade do tratamento”, afirma o oncologista. Além disso, certos sinais que são negligenciados, como eventuais dores, podem acusar o avanço da enfermidade.

Pensando nisso, em dezembro de 2016, o biotecnólogo César Filho criou o aplicativo Wecancer, uma ferramenta totalmente gratuita que permite acompanhar a evolução do portador da doença de forma mais precisa. Ele integra paciente, médico e centros hospitalares por meio de informações fornecidas pelo próprio enfermo.

Funciona assim: pelo celular, a pessoa atualiza diariamente o que está sentindo em decorrência do tratamento e do tumor. Ela ainda pode manifestar a intensidade do sintoma. Essas informações chegam imediatamente aos profissionais, que ganham uma melhor compreensão da evolução do quadro.

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A startup nasceu do sentimento de impotência de César Filho durante o tratamento de sua mãe, que morreu por causa de um tumor. Como todo app, a plataforma vinha sendo usada em caráter experimental, mas foi impulsionada em junho de 2017, quando um estudo no maior congresso de câncer do mundo, organizado pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), abordou a eficácia desse tipo de ferramenta.

Segundo a pesquisa, um modelo similar de acompanhamento virtual prolongou a vida de quem o utilizou em até sete meses e chegou a aprimorar a qualidade de vida. “A partir daí, os médicos passaram a dar maior credibilidade para o aplicativo”, lembra César.

Hoje, cerca de 2,5 mil pessoas já o baixaram. Com a equipe formada atualmente por sete funcionários, eles pretendem chegar aos cerca de 10 mil downloads nas plataformas Android e iOS até o fim de 2018. A meta é contar com aproximadamente 3 mil usuários ativos, além de mais de 100 médicos e uma dezena de hospitais e clínicas.

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E César propõe melhorias. “Estamos trabalhando na construção de plataformas específicas para tipos diferentes de câncer. E vamos criar uma versão nova, incluindo um espaço onde os pacientes possam deixar seus depoimentos”, enumera. “Também queremos entender os padrões de sintomas que levam à hospitalização para antever essa necessidade”, complementa.

Apesar do app ser visto com bons olhos, o oncologista Andrey Soares adverte que ele nunca deve substituir a consulta cara a cara com a equipe de profissionais. “Ele não pode se tornar a medicina como um todo ou uma espécie de muleta”, ressalta.

Esse tipo de tecnologia, portanto, entraria como um complemento ao atendimento dessa doença, que só em 2018 vai contabilizar 600 mil novos casos no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

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