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Um app que prolonga a vida de paciente com câncer de pulmão

Programa apresentado em congresso americano de oncologia apresenta resultados promissores na luta contra esse tipo de tumor

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 29 ago 2018, 13h55 - Publicado em 6 jun 2016, 12h36
Ana Clara Cossermelli Santos
Ana Clara Cossermelli Santos (/)
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Quem diria que um grande aliado na luta contra o câncer estaria no seu bolso — e no de milhões de outras pessoas ao redor do mundo?! Pois um aplicativo desenvolvido para celular e outras plataformas (computador, tablet…) foi capaz de prolongar em incríveis sete meses a sobrevida de pacientes com tumores de pulmão avançados. Mas como funciona esse programa, chamado de Moovcare? Em primeiro lugar, o paciente insere semanalmente informações sobre sintomas que indicam a progressão da doença — tosse, falta de ar, perda de peso, falta de apetite e por aí vai. Com base nisso, o software é capaz de avaliar se houve alguma mudança preocupante no quadro e eventualmente alertar o médico ou outro profissional de saúde, que então pode reajustar o tratamento.

O estudo que comprovou os benefícios do Moovcare — realizado por várias instituições francesas — foi apresentado no 52º Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que SAÚDE está acompanhando nos Estados Unidos. No trabalho, 60 voluntários com câncer de pulmão avançado se valeram dessa tecnologia, enquanto outros 61 permaneceram com o atendimento padrão.

Um ano depois, 75% do primeiro grupo estava vivo, contra apenas 49% da segunda turma. Além disso, os usuários do Moovcare reportaram maior qualidade de vida. “O aplicativo é simples, mas ao mesmo tempo possibilita um acompanhamento personalizado com potencial para detectar complicações e oferecer soluções rapidamente”, explica Fabrice Denis, principal autor da pesquisa e médico do Instituto Interregional de Cancerologia Jean Bernard.

Questionado se a nova tecnologia poderia ser ampliada para outros tumores, Denis disse que, a princípio, sim. “Porém, seria necessário fazer ajustes para cada doença e, claro, realizar pesquisas para comprovar a eficácia nessas outras situações”, pondera. Outra coisa destacada pelo cientista é a importância de o médico analisar o quadro que recebe via o aplicativo.

Mas calma: o Moovcare está em fase de testes e, portanto, segue indisponível para a população geral. Também não se sabe se a empresa Sivan Innnovation, que o criou, fará uma versão em português ou mesmo quanto ele custará (ou se será gratuito). O programa deve estar disponível a partir de 2017. Enquanto isso, vale atentar para uma mensagem que o Moovcare indiretamente nos coloca: ficar de olho nos sintomas e não demorar para conversar sobre qualquer alteração com o médico pode salvar vidas. E isso definitivamente vai muito além do câncer de pulmão.

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