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Tratamento melhora incontinência urinária e constipação em crianças

Pesquisa brasileira testou uma técnica de estimulação em 40 crianças e adolescentes com diagnóstico de disfunção vesical e intestinal

Por Cristiane Santos, da Agência Einstein*
11 nov 2021, 15h03

A cada 100 crianças, com idades entre cinco e 14 anos, sete sofrem de prisão de ventre e incontinência urinária, ao mesmo tempo. Apesar de incomum, a condição é a principal causa de infecções urinárias recorrentes após o desfralde e pode ter consequências como a síndrome da dor pélvica crônica e a bexiga hiperativa.

Em um estudo brasileiro, conduzido pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), pesquisadores constataram que a estimulação elétrica nervosa transcutânea na região parassacral é capaz de ajudar a maioria desses casos. A técnica consiste no envio de sinais elétricos através da pele em uma área definida logo acima das nádegas. Até então, era utilizada apenas para o tratamento da perda do controle da bexiga em crianças.

Para avaliar a eficácia nos pacientes com a disfunção vesical e intestinal (DVI) — combinação dos sintomas intestinais e urinários —, os pesquisadores testaram a estimulação elétrica em 40 crianças e adolescentes, entre cinco a 17 anos, com o diagnóstico da condição.

Divididos em dois grupos, o primeiro foi submetido à técnica, enquanto o segundo recebeu estímulos elétricos em outra região do corpo, a escapular (área superior das costas), para servir de comparativo. Todos os participantes passaram por três sessões de 20 minutos por semana, durante dois meses, e tiveram acompanhamento psicológico.

+ LEIA TAMBÉM: Como melhorar o intestino preguiçoso das crianças

De acordo com Ubirajara Barroso Júnior, urologista e um dos autores do estudo, um dos principais resultados foi a melhora de 70% no sintoma de constipação nas crianças e adolescentes que receberam a intervenção, em comparação com o grupo controle.

“A eletroneuroestimulação parassacral é eficaz para o tratamento de disfunções da bexiga e do intestino em crianças e adolescentes, particularmente no que diz respeito à constipação funcional”, destacam os autores no artigo publicado no periódico Journal of Urology.

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Como a técnica funciona

A estimulação elétrica nervosa funciona a partir da reorganização do cérebro. A ideia é que, pelos estímulos, o órgão reconheça as sensações de enchimento da bexiga e da necessidade de evacuar, segundo explica Barroso.

“É preciso de algumas sessões para que esse efeito repetido modifique a fisiologia neuronal. O apoio psicológico é importante para o reforço dessas mensagens. As crianças precisam aprender que não podem segurar a urina até o último minuto, que quanto mais elas evitarem defecar, mais doloroso vai ser, que é importante beber água”, explica o médico, que reforça que a técnica não causa dor.

+ LEIA TAMBÉM: Como identificar uma infecção urinária em crianças e adolescentes

Mesmo no grupo controle, que recebeu a estimular na região escapular, 20% tiveram uma melhora da condição. Segundo o médico, o motivo pode estar no acompanhamento psicológico e na orientação comportamental, que todas as crianças e adolescentes receberam.

Sinais de alerta

Crianças podem ter dificuldades para controlar a bexiga, que se enche e se contrai involuntariamente. A urgência para urinar, portanto, acontece, e os pais devem ficar atentos ao comportamento.

Elas também podem se esquecer de ir ao banheiro, ou preferir segurar a urina para continuar brincando. Mesmo o ambiente pode contribuir, quando a professora não deixa sair da sala, no meio da aula, para ir ao banheiro, por exemplo.

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Dos sinais comuns de que a criança está segurando a urina, ela pode:

• Torcer as pernas;
• Apertar os genitais;
• Ficar na ponta dos dedos;
• Fazer xixi na cama à noite pode ser reflexo de alteração nas idas ao banheiro durante o dia.

Quando esses alertas estão associados à constipação, a recomendação é que a família busque pelo urologista pediátrico. De acordo com Barroso, o tratamento atual envolve técnicas de fisioterapia, disponíveis em centros especializados públicos de saúde.

*Esse texto foi publicado originalmente pela Agência Einstein.

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