Pais superprotetores, filhos menos saudáveis?
Cientistas encontram ligação entre autoritarismo e falta de autonomia na infância e maior mortalidade na vida adulta
Um estudo feito em parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a University College London, na Inglaterra, constatou que homens que tiveram uma relação de superproteção com o pai, numa criação marcada por autoritarismo e falta de autonomia, apresentavam um risco 12% maior de morrer antes dos 80 anos em comparação com quem teve uma convivência mais livre e tranquila.
Entre as mulheres, o risco foi 22% maior no primeiro grupo. A análise levou em conta quase mil óbitos entre ingleses nascidos nas décadas de 1950 e 1960.
“As condições da sociedade eram outras, tínhamos mais hierarquia e autoritarismo nas relações parentais. Hoje a superproteção é mais permissiva, o que também tem impactos”, afirma Tiago Silva Alexandre, professor da UFSCar e coordenador da pesquisa.
“O trabalho mostra que uma boa relação com a criança, desde pequena, é importante para garantir a ela uma vida longeva e saudável”, resume.
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No longo prazo
A forma como os pais criam os filhos é o primeiro contato que eles têm com a vida em sociedade, e isso traz repercussões psicológicas que influenciam a maneira de se desenvolver e lidar com o mundo.
O cuidado, o carinho e a educação no lar possuem um elo, portanto, com a saúde mental e global. Nesse sentido, os experts recomendam que os pais estimulem a autonomia sem deixar de impor limites.