A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nova recomendação para que bebês prematuros ou com baixo peso (menos de 2,5 quilos) sejam encaminhados, se possível, diretamente para o colo da mãe após nascer. Antes dessa nova decisão internacional, mesmo quando não havia a necessidade, era indicada a estabilização do recém-nascido na incubadora.
Segundo a OMS, o contato pele a pele ajuda a melhorar as condições de saúde e as chances de sobrevivência.
Por isso, a assistência com o “método canguru” deve começar logo após o parto — o bebê fica em posição vertical, junto ao peito da mãe, envolvido em uma espécie de faixa de tecido, e deve permanecer ali o máximo de tempo possível. A participação do pai, ou de outro parceiro ou familiar, também é estimulada.
“É uma mudança de visão muito importante, torna o processo mais humanizado”, observa a pediatra neonatologista Romy Zacharias, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Estudos mostram inúmeros benefícios desse contato íntimo: ajuda a controlar a temperatura corporal do bebê, reduz a chance de infecções, melhora o vínculo com os pais, facilita o início e a continuidade do aleitamento materno, além de favorecer o desenvolvimento neurocomportamental, reduzir o estresse e a dor, entre outros.
“Observamos que são bebês mais tranquilos, não apresentam tanta oscilação da saturação do oxigênio, ganham peso com mais facilidade”, diz a especialista.
Diferentes graus de prematuridade
O classificação de “parto antes da hora” inclui desde bebês extremamente prematuros, com baixíssimo peso, até aqueles que nascem em ótimas condições, com chegada bastante próxima à data prevista.
“Muitas vezes, eles já têm a respiração adequada, são grandes, e não há nenhuma necessidade de serem separados da mãe”, diz a médica.
No entanto, aqueles que nascem em condições mais críticas podem se beneficiar do contato pele a pele após serem estabilizados. Mas até mesmo bebês intubados podem ser colocados na posição Canguru.
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Para os cuidadores, o contato direto com o recém-nascido também traz benefícios. “Os pais têm a sensação de poder contribuir com o cuidado”, diz Romy. “O método ajuda no suporte psicológico para as famílias.”
Segundo a OMS, nascem 15 milhões de prematuros no mundo anualmente, número que representa mais de 10% do total de nascimentos. Em locais com boa assistência, grande parte dos recém-nascidos têm alta chance de sobrevivência. No entanto, em países pobres essa taxa pode ser de apenas 10%.
*Esse texto foi publicado originalmente pela Agência Einstein