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Criança que usa protetor tem menor risco de câncer de pele na fase adulta

Mesmo que não seja dia de praia nem piscina, os pequenos precisam passar filtro solar para evitar tumores

Por Thaís Manarini
22 nov 2018, 19h00
protetor solar para bebe
Protetor solar na infância reduz risco de câncer de pele na vida adulta (Ilustração: Bia Melo/SAÚDE é Vital)
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Você já deve estar cansado de ouvir sobre a importância de aplicar protetor solar diariamente para evitar um câncer de pele. Mas já parou para pensar que isso também inclui a criançada? Pois um estudo associa o hábito na infância a um risco até 40% menor de desenvolver melanoma (um tumor de pele especialmente agressivo) na fase adulta.

Os achados, divulgados no respeitado Jama Dermatology, são de pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, país em que esse tipo de câncer de pele é o mais comum entre homens de 25 a 49 anos e o segundo mais frequente nas mulheres da mesma faixa etária.

Para realizar o trabalho, os cientistas levaram em conta os dados de aproximadamente 1 700 pessoas, incluindo uma parcela diagnosticada com essa enfermidade.

“Nosso estudo mostra que o uso do filtro na infância e idade adulta protegeu os indivíduos de 18 a 40 anos contra o melanoma, sendo que o risco de ter a doença foi de 35 a 40% menor em relação a quem raramente passava o produto”, comentou a epidemiologista Anne Cust, uma das autoras do levantamento, ao portal da universidade.

Bebês com menos de 6 meses podem passar protetor solar?

De acordo com a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas, no interior paulista, não. “A pele deles é fininha. Logo, a epiderme e a derme acabam sendo estruturas de alta absorção de substâncias químicas”, diz. Em outras palavras, compostos presentes no filtro poderiam provocar danos no organismo do pequeno.

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Aliás, as crianças nem deveriam ser expostas diretamente aos raios ultravioleta antes dos 6 meses de idade. O banho solar permitido é aquele bem de manhã e que ocorre rapidinho – durante 20 minutos, no máximo. Essa é a orientação dos pediatras para estimular a formação óssea.

“E quando vão à praia, esses bebês precisam ficar longe do sol”, reitera Claudia.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a melhor opção para blindá-los contra a radiação solar é apostar nos chamados protetores mecânicos, isto é, sombrinha, guarda-sol, boné e roupas. E ficar na sombra, claro.

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E depois dos 6 meses?

Nesse caso, já pode usar o protetor. Mas, até os 2 anos de idade, a pedida certa é um fotoprotetor tópico físico – aquele mais viscoso e difícil de espalhar.

Esse tipo se deposita na camada mais superficial da pele e funciona como uma barreira de tijolos, refletindo as radiações – assim, não penetra no corpo. Eles são conhecidos por terem menos substâncias químicas potencialmente nocivas. De acordo com Claudia, o FPS deve ser acima de 30 e com uma proteção UVA balanceada.

Acima dos 2 aninhos já é possível utilizar o mesmo produto que os pais.

Nos dois casos, a aplicação deve ser realizada 20 minutos antes da exposição solar. “Temos que ficar atentos às crianças. Afinal, 80% dos danos à pele provocados pelo sol ocorrem antes dos 18 anos”, reforça Claudia. Por isso, protetor o ano inteiro!

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