A língua presa está longe de prejudicar só a fala dos pequenos. Causa problema ainda nas primeiras mamadas. Uma série de fatores anatômicos faz com que o frênulo, fina membrana que conecta a língua ao assoalho da boca, limite os movimentos desse músculo. Aí vêm os obstáculos: o bebê não se prende direito ao mamilo e sofre para se alimentar. Como não suga o leite a contento, precisa mamar mais vezes ao longo do dia. Tudo que conspira para o desmame precoce — mais tarde, o perrengue aparece na hora de papar as comidas sólidas.
São esses entraves que o teste da linguinha vem combater. Desenvolvido pela fonoaudióloga Roberta Martinelli, do Hospital Santa Therezinha, em Brotas (SP), em parceria com outros estudiosos, o exame é feito na maternidade — e virou obrigatório por lei. “Avaliamos a fixação e a espessura do frênulo, além da forma como a língua se movimenta no choro”, explica Roberta. Tática rápida, indolor e eficaz, que fez do trabalho um dos destaques do Prêmio SAÚDE 2015.
Tratamento na maternidade
Diante do diagnóstico de língua presa, o bebê é encaminhado para um procedimento chamado frenotomia, ou pique na língua. Roberta Martinelli descreve: “Passamos um anestésico na região, levantamos a língua e fazemos um pequeno corte no frênulo”. Após o pique, o bebê é colocado para mamar no peito da mãe. Isso ajuda na cicatrização e impede que as partes recém-cortadas se grudem.
Entre os grandinhos
O ideal é que o pique seja realizado até 1 ano – quanto mais tempo passar, maior o comprometimento. Para crianças mais velhas, indica-se a cirurgia de retirada total do frênulo, com o apoio de sessões de fono.
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