Ecossistema

Poluição doméstica: 2,6 bilhões de pessoas respiram mal dentro de casa

Problema atinge especialmente países da África, mas regiões do Brasil também são afetadas

Por Chloé Pinheiro SEGUIR SEGUINDO
28 Maio 2025, 08h38

Um estudo publicado no renomado periódico The Lancet mostra que a má qualidade do ar doméstico ainda é um problema de saúde pública no mundo. Em um ano, 2,6 bilhões de pessoas respiraram ar poluído dentro de casa, em geral pela queima de madeira, carvão e outros materiais para cozinhar.

É um problema que acomete especialmente a África. Em vários países do continente, mais de 80% da população está exposta a esse perigo. Mas há regiões no Brasil onde as taxas chegam a 40%. No período, 111 milhões de anos de vida saudável foram perdidos. E um terço do impacto calculado para a saúde pública diz respeito apenas a problemas na gestação, incluindo baixo peso ao nascer.

A principal questão é o uso de lenha e carvão para preparar alimentos. Em muitos casos, essa é a maneira mais acessível de obter fogo, e a queima desses insumos libera substâncias nocivas no ar, que podem aumentar o risco de doenças respiratórias, cardíacas e até de alguns tipos de câncer.

A questão é mais relevante para populações de baixa renda, mas a má qualidade do ar interno afeta a todos. “Nos países ocidentais, cozinhar, especialmente com gás, pode ser a maior fonte de poluição doméstica, mas existem muitos outros fatores envolvidos, como produtos químicos de limpeza, cosméticos, velas e até telas de pintura”, explicou à VEJA SAÚDE em 2023 Frank Kelly, professor do Imperial College e fundador do Grupo de Pesquisa em Meio Ambiente de Londres.

Nesse caso, a má circulação do ar leva ao acúmulo de substâncias que podem ser tóxicas, especialmente em uma exposição diária, de longo prazo.

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