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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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O croissant que emagrece

Nosso colunista discute o papel de gostosuras como o croissant no projeto de emagrecimento de cada um

Por Antonio Lancha Jr.
Atualizado em 1 mar 2019, 18h35 - Publicado em 1 mar 2019, 12h32

Como vira e mexe eu estou na França por causa do meu trabalho de pesquisador e professor, alguns amigos me perguntam sobre os hábitos dos moradores de lá. E uma questão que recentemente me fizeram foi: como os franceses consomem aqueles croissants e são magros? Refleti bastante sobre ela e decidi trazer minhas conclusões aqui para você.

Para começo de conversa, quando observamos um grupo qualquer de indivíduos, costumamos nos concentrar em algo muito diferente de nosso padrão e associá-lo com resultados que eles possuem e nós não. Ora, franceses comem mais croissant que brasileiros e pelo menos parece que sofrem menos com a obesidade. Logo, o croissant emagrece por si só, certo? Errado.

Essas associações simplistas geralmente terminam em erros. Um exemplo para sair brevemente do croissant: você sabia que os países com maior número de prêmios Nobel são também os maiores consumidores de chocolate? Este link mostra um artigo científico que revela isso.

Portanto, bastaria oferecermos uma “bolsa chocolate” aos nossos pesquisadores para beliscarmos o nosso primeiro Nobel? A resposta você já sabe: é um óbvio não (embora, como cientista e consumidor de chocolate, adoraria receber doces da universidade).

Mas então como os franceses, consumidores regulares de croissant, não engordam? Tenha em mente que essa receita da culinária francesa (não arriscaria chamar de pão), feita basicamente por farinha e manteiga, já assegura elevada quantidade de gordura.

A resposta é razoavelmente simples. Em paralelo ao consumo de croissant, temos uma nação que se locomove preferencialmente a pé. Isso garante ao francês uma boa demanda energética no seu dia a dia.

Para ter ideia, quando eu estou trabalhando por lá, meu deslocamento mínimo diário é de oito quilômetros. Isso sem contar os andares de escada que eu subo, por exemplo.

Aqui no Brasil, eu tenho o privilégio de ir até a Universidade de São Paulo (USP) de metrô. Como consequência, faço uma caminhada diária de seis quilômetros. Isso alivia a falta de movimentação com a qual eu e praticamente todo mundo convivemos graças ao avanço da tecnologia. Já falamos disso aqui – veja nossa coluna sobre a maçã que engorda.

Qualquer alimento com alto teor de energia e gordura é um possível protagonista para engordarmos. Mas nem o croissant nem qualquer outra gostosura vem sozinha na dieta – e quando olhamos pequenos detalhes, podemos nos esquecer do conjunto.

Ou seja, você pode imitar os franceses e comer croissant, ou aproveitar um brasileiríssimo pão com manteiga na chapa, ou experimentar uma panqueca com maple syrup e manteiga, típica da América do Norte. Basta lembrarmos que esses alimentos possuem suas calorias e devemos ingeri-los de forma responsável, com o compromisso de sermos ativos.

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Não é o croissant que engorda ou emagrece, e sim a falta de atividade física regular nas pequenas tarefas do dia a dia. Movimente-se sempre que possível, pois pessoas que ficam mais tempo em pé são mais magras do que as que ficam sentadas (falamos disso no livro O Fim das Dietas).

Enxergue os possíveis deslocamentos do cotidiano como oportunidades de gastarmos mais energia. Sempre que aparecer uma escada ou uma rampa, escolha-as no lugar do elevador ou da escada rolante. Pegar o elevador é o caminho mais curto para… ganhar barriga.

Não existem alimentos que engordam ou que emagrecem, e sim comportamentos alinhados com nossos desejos e projetos. Escolha seu objetivo e assuma um compromisso consigo próprio que seja factível, relevante e , acima de tudo, sustentável. Bon appétit!

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