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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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O peso da negligência: epidemia de obesidade parece não existir no Brasil

No Dia Mundial da Obesidade, precisamos reforçar que atitudes no presente podem mudar o cenário dessa doença, muitas vezes colocada debaixo do tapete

Por Carlos Eduardo Barra Couri
4 mar 2024, 12h04

Alguém já ouviu falar que adquire algum medicamento anti-obesidade no SUS? Ou na farmácia popular? Alguém se lembra de alguma campanha sensacional de educação da população sobre a obesidade na TV ou no rádio?

Mais da metade dos brasileiros (57%) está acima do peso, e cerca de um quinto (22%) tem obesidade propriamente dita. Estes são dados alarmantes do último inquérito telefônico realizado pelo VIGITEL, em 2021.

Foram feitas 27 mil entrevistas em amostras de domicílio de todas as capitais do Brasil e do Distrito Federal. E pasme: esses números possivelmente estão subestimados.

O que esperar para os próximos anos? Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2024, da Federação Internacional de Obesidade, teremos um crescimento de cerca de 1,9% anual de casos de pessoas acima do peso, tanto em adultos como em crianças. Se, em 2020, tínhamos cerca de 34% de crianças e adolescentes acima do peso, a estimativa é que metade deles apresente essa condição em 2050.

Temos um sistema de saúde que suportará esta previsão alarmante? A obesidade, por si só, é considerada uma doença e deve ser prevenida e tratada.

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E tem mais: ela é um fator de risco para outras tantas condições, como infarto do coração, derrame cerebral, morte cardiovascular, diabetes tipo 2, alguns tipos de cânceres e por aí vai.

+Leia também: O tratamento da obesidade é para a vida toda?

O Brasil é um exemplo mundial quando se fala em política de estado para enfrentamento do tabagismo e do HIV. Não é hora de sermos exemplo também contra a obesidade?

Confesso que temo pelo futuro. Com números tão expressivos (e crescentes) nas taxas de obesidade e sobrepeso, quem vai “pagar” pelo custo financeiro, emocional, familiar e humanitário da obesidade e seus desdobramentos?

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Sem política de Estado (com E maiúsculo), não teremos êxito. Isso envolve não apenas profissionais de saúde, mas também escolas, igrejas, distribuição de renda, educação, empregos e até segurança pública. Sim, porque pense: alguém faria caminhada num bairro com risco de ser assaltado ou morto?

Que este Dia Mundial da Obesidade traga reflexão a toda a sociedade brasileira sobre o peso desta epidemia negligenciada.

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