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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Medicamento para diabetes pode ser útil na prevenção do Parkinson

Estudo mostra que comprimido prescrito para controlar a glicemia reduz risco dessa doença neurodegenerativa marcada por tremores

Por Carlos Eduardo Barra Couri
26 out 2022, 16h07

Uma importante publicação feita por pesquisadores chineses numa das revistas do grupo Nature traz resultados animadores na prevenção do Parkinson, doença que leva à destruição de neurônios e compromete a coordenação motora, os movimentos e a qualidade de vida. O inusitado é que esse achado tem a ver com um medicamento para… diabetes!

Os cientistas avaliaram prontuários médicos de 62 400 pessoas com diabetes tipo 2. Os indivíduos tinham cerca de 60 anos de idade e quatro anos de diagnóstico do problema, em média.

Parte deles recebeu a prescrição de tomar um medicamento chamado pioglitazona; à outra parte foi prescrito outro remédio, o acarbose. A indicação dos fármacos havia sido feita pelos médicos que já cuidavam desses pacientes rotineiramente.

O acarbose é um medicamento que reduz a absorção de açúcar no intestino, buscando diminuir, assim, os níveis de glicose no sangue. A pioglitazona, por sua vez, ataca a resistência à insulina, processo que impede que a insulina da própria pessoa atue de forma efetiva e faz com que a glicose sobre e se eleve no sangue.

Mas a pioglitazona também tem uma ação anti-inflamatória, o que reduz o risco de males como infarto e AVC entre cidadãos com diabetes ou resistência à insulina. Além disso, exerce esse efeito anti-inflamatório no fígado de pessoas com o acúmulo de gordura nesse órgão.

+ ASSISTA: “Melhor remédio para o diabetes é aquele que o paciente usa”

Estudos prévios, em modelos animais e pequenos experimentos com seres humanos, já sugeriam que o potencial anti-inflamatório desse medicamento poderia conferir algum grau de proteção contra danos neurológicos.

Agora, pela primeira vez, vemos uma pesquisa robusta examinando essa história. Após um seguimento de aproximadamente cinco anos, os médicos chineses notaram que a prescrição da pioglitazona reduziu em 26% o risco de os pacientes desenvolverem a doença de Parkinson.

É significativo, mas não quer dizer que possamos sair por aí indicando o remédio para essa finalidade. Precisamos de mais estudos de comprovação, inclusive com a população ocidental. A conclusão chinesa vem de um trabalho retrospectivo sem poder estatístico suficiente para cravar que a droga previne o Parkinson.

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Em todo caso, parece ser um efeito colateral positivo entre aquelas pessoas que já tomam o comprimido para tratar o diabetes tipo 2. Na medicina, são clássicos os estudos com medicamentos originalmente desenvolvidos para um objetivo que, posteriormente, se mostram eficazes para outras doenças.

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Um belo exemplo são os medicamentos antidiabéticos dapagliflozina e empagliflozina. Eles promovem perda de glicose pela urina e redução dos seus níveis no sangue. Estudos posteriores, bem conduzidos, revelaram que tais medicações protegem os pacientes de insuficiência cardíaca e renal, mesmo em pessoas sem diabetes.

Vamos aguardar os próximos acontecimentos sobre o papel da pioglitazona na prevenção e no tratamento coadjuvante do Parkinson. E torcer para que boas notícias venham quanto antes.

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