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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Armas inusitadas contra o colesterol: probiótico e injeção semestral

Duas opções se juntam ao arsenal de tratamentos para reduzir o LDL e, com isso, evitar infarto e AVC. Saiba mais

Por Carlos Eduardo Barra Couri
27 dez 2023, 10h19

Umas das doenças mais letais e ao mesmo tempo mais silenciosas que temos de enfrentar hoje é o aumento do colesterol-LDL, ou colesterol ruim. Sorrateiro, o aumento crônico das concentrações do LDL na corrente sanguínea promove um acúmulo lento e gradual nas artérias – o que, junto com um processo inflamatório na parede dos vasos sanguíneos, favorece entupimentos.

Este entupimento é conhecido como infarto do coração, quando acomete as artérias coronárias, ou derrame cerebral (ou AVC), se atinge as artérias cerebrais. E ainda pode ocorrer entupimento nas artérias das pernas (por trás de amputações) e entupimento das artérias dos rins.

O ponto crucial é que ninguém costuma sentir nada até ter um desses problemas graves…. Nada mesmo. E é aí que mora o perigo.

+ Leia também: Maioria das pessoas não controla direito o colesterol e desconhece o risco

Por isso os exames de check-up são necessários para detecção e tratamento precoces. Aliás, você sabe a quantas anda seu colesterol? Qual a última vez que você consultou o médico?

Pasme: a Academia Americana de Pediatria recomenda o rastreamento de alterações de colesterol e triglicérides em todas as crianças de 9 a 11 anos. E esse exame deve ser feito a partir dos 2 anos (isso mesmo!) em crianças de famílias com forte histórico de problemas de colesterol e infarto do coração.

E mais…. Você sabia que as metas de colesterol dependem do risco que cada pessoa tem de apresentar doenças cardíacas? Por exemplo: pessoas que já tiveram um infarto possuem metas de colesterol mais baixas (mais rígidas).

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O mesmo vale para aqueles com outros fatores de risco como tabagismo, hipertensão… e o diabetes que eu tanto trato. Existem até calculadoras que nós, médicos, usamos para “classificar” o paciente de acordo com o risco cardiovascular. Uma estimativa geral é que tenhamos 4 em cada 10 adultos no Brasil com alterações de colesterol.

+ Leia também: Mais de um quarto das crianças e dos adolescentes têm colesterol alto

Durante o DIACORDIS, congresso anual que reúne médicos de todo o Brasil para discutir novidades no cardiometabolismo, foram discutidos dois importantes avanços no tratamento do colesterol: um probiótico oral e um medicamento injetável semestral.

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No início de 2023, tivemos a disponibilização no Brasil do primeiro suplemento alimentar considerado probiótico com capacidade de redução de colesterol e também triglicérides. São comprimidos contendo três cepas diferentes de Lactobacillus Plantarum e que devem ser tomados diariamente.

O mecanismo de ação é modificar a microbiota intestinal, o que diminui a absorção de colesterol pelo intestino. Os estudos apontam uma redução média em torno de 15% nos valores do colesterol ruim – esse probiótico pode ser usado junto com outros tratamentos consagrados, como as estatinas.

Outra novidade que chegou até nós em novembro é a injeção subcutânea semestral do medicamento inclisirana. A inclisirana atua aumentando os receptores que retiram o LDL-colesterol localizados no fígado. Com isso, o colesterol ruim é absorvido pelos seus receptores no fígado e tem seu nível reduzido na corrente sanguínea.

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+ Leia também: Como funciona o novo medicamento contra o colesterol aprovado pela Anvisa

A redução média do colesterol ruim com a inclisirana é de cerca de 50% – e ele também pode ser usado junto com as estatinas e outros medicamentos. Vale destacar que, no início do tratamento com inclisirana, a segunda injeção deve ser aplicada num intervalo de três meses, e, a partir de então, a cada seis meses, sem interrupção.

Ponto semelhante entre o probiótico e a inclisirana é que ambos possuem raros efeitos colaterais e contraindicações.

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Por isso, em pleno ano de 2023, o que não faltam são armas para o controle do colesterol, um dos maiores vilões da saúde cardiovascular. Só uns parênteses aqui: as estatinas são, e continuarão sendo, a principal arma para controle do colesterol em todo o mundo, quer seja pela sua eficácia ou pela sua segurança confirmada por décadas de estudos.

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