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Foco na Criança

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Caminhos para uma infância mais saudável e com o melhor suporte médico são o mote dos artigos do pediatra Felipe Monti Lora, CEO do Sabará Hospital Infantil

Malformações congênitas torácicas afetam 1 em cada 200 jovens no país

Conheça o Pectus excavatum e o Pectus carinatum, condições que podem exigir intervenção cirúrgica

Por Felipe Monti Lora
8 nov 2024, 08h00
pectus-excavatum
Pectus excavatum e pectus carinatum são condições que podem afetar o desenvolvimento e a autoestima dos adolescentes (Freepik/Reprodução)
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A puberdade é sempre um período delicado. Os jovens passam por muitas alterações hormonais e corporais que interferem em sua autoestima. Para os meninos, um dos problemas que causa mal-estar é o Pectus, seja o Pectus carinatum, conhecido como “peito de pombo”, ou o Pectus excavatum, ou “peito de sapateiro”.

Essas são malformações congênitas da parede torácica que alteram o formato do tórax ou mesmo o funcionamento dos órgãos do local, como pulmão e coração.

Para entender melhor sobre essa condição, que atinge 1 a cada 200 nascimentos, conversamos com o pesquisador e cirurgião torácico do Sabará Hospital Infantil, Miguel Tedde.

Felipe Monti Lora: Miguel, o que é a condição pectus, que afeta tantas crianças?

Miguel Tedde: Tanto o Pectus excavatum (PE) — peito escavado, em latim — como o Pectus carinatum (PC), são alterações congênitas provocadas pelo crescimento anormal das cartilagens torácicas, que podem projetar o osso esterno para dentro (PE) ou para fora (PC).

O peito que apresenta um afundamento causa algum incômodo para a criança ou o adolescente?

Sim, devido ao afundamento do esterno no PE, a criança pode sentir dores, palpitações, alterações à auscultação cardíaca, infecções respiratórias de repetição, tosse, chiado e fadiga.

Nos casos mais severos, pode ocorrer, em graus variáveis, a compressão do coração e dos pulmões.

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Como essas malformações podem afetar o adolescente?

Embora o PC não represente riscos à saúde, algumas vezes, principalmente nos PE, os pacientes podem relatar que se cansam mais facilmente em atividades físicas e apresentam comprometimento nas funções do pulmão.

Esse problema pode afetar o comportamento desse jovem?

Sem dúvidas. Essa é uma fase em que o adolescente está formando sua personalidade, e a alteração da caixa torácica pode provocar grandes impactos na sua qualidade de vida, podendo ocasionar baixa autoestima e alterações psicológicas importantes.

E quando elas podem ser diagnosticadas?

Em mais de 80% dos casos já é possível identificar o problema no nascimento. No entanto, é na adolescência que pode ser observada uma acentuação do afundamento. Já os casos de PC (peito de pombo) costumam ser identificados na infância e ou na fase da puberdade, em torno dos 11 ou 12 anos de idade.

Uma vez diagnosticado o Pectus, se requer atenção a outros elementos de saúde?

Embora o Pectus possa decorrer de cirurgias cardíacas previas, a imensa maioria dos casos é de etiológica congênita, ou seja, é um problema genético.

De qualquer forma, o médico que avalia um caso de Pectus também irá pesquisar a possibilidade de haver outras condições cardíacas ou pulmonares concomitantes, o que é mais raro.

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Existe tratamento para essa condição?

O tratamento inicial do PC é por meio de compressores torácicos para procurar corrigir a deformidade. Quando isso não funciona, tanto para o PC quanto para o PE, o tratamento indicado é o cirúrgico.

Essa cirurgia consiste na implantação de próteses metálicas moldadas por trás do osso externo para empurrá-lo para a frente, no caso do PE, e para comprimi-lo para baixo no caso do PC.

Essas próteses implantáveis foram desenvolvidas em projetos de pesquisa realizados no InCor, da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e empresas parceiras. As correções são feitas por videotoracoscopia, uma técnica minimamente invasiva.

E a incisão, que antigamente era grande na frente do peito, passou a ser lateral e menor. Decorridos três anos, com a deformidade corrigida, as barras metálicas devem ser retiradas.

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E como é a recuperação pós cirurgia?

Nos primeiros dias, a preocupação maior é tratar a dor do paciente. Depois, ele é estimulado a se movimentar precocemente e, aos poucos, vai retomando suas atividades.

Embora ele seja incentivado a retomar inclusive as atividades físicas o quanto antes, existe a recomendação de tentar evitar esportes de contato, para prevenir possíveis traumas torácicos.

Qual a diferença de realizar esse procedimento em um hospital dedicado ao atendimento pediátrico?

Estar em um ambiente com a estrutura dedicada à criança e adolescentes, com uma equipe multiprofissional altamente preparada, proporciona ao paciente e seus responsáveis muito mais tranquilidade e segurança durante o processo, da operação ao apoio psicológico pós-cirúrgico.

Ele não será tratado como um adulto e terá suas necessidades emocionais e físicas atendidas de maneira acolhedora e segura.

O Sabará Hospital Infantil, referência em atendimentos de alta complexidade, possui um núcleo de atendimento desde o ambulatório, cujo objetivo é realizar o reparo cirúrgico minimamente invasivo do Pectus da forma mais segura e efetiva possivel.

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