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“Quando falta ar, bate o desespero”: a vida com DPOC

Depois de décadas de tabagismo, Rita abandonou o hábito ao receber o diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica

Por Rita de Cássia Ferraz*
11 nov 2024, 11h29
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  • Eu sou a Rita, tenho 47 anos e sou moradora de São Paulo. Sou portadora de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), condição mais conhecida como enfisema pulmonar ou bronquite crônica. Ah, e que nada tem a ver com câncer de pulmão, só para esclarecer.

    A DPOC não tem cura, só tratamento contínuo. Ela tem um impacto muito negativo, afinal, precisamos de ar para viver. Mas, quando falta esse ar, bate o desespero e a insegurança. As coisas simples e cotidianas, como varrer a casa, estender roupas e até o banho se tornam desafiadores.

    O diagnóstico, muitas vezes, é tardio e aí os pulmões já estão bem comprometidos. Embora haja algumas causas para DPOC, a mais comum para a doença é o cigarro.

    +Leia também: Entrevista: se o cigarro sumisse, a DPOC seria uma doença rara

    Eu fui tabagista por 19 anos e não foi fácil parar. A dependência é cruel. Por outro lado, eu já não conseguia ter uma vida social. Na primeira tragada, começava a tossir. Um dia, uma crise de tosse foi a gota d’água e decidi parar de fumar.

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    Sofri, me deprimi e ficava irritada por qualquer coisa. Me isolei, mas, enfim, passei por várias etapas e agora lido melhor com a situação. Infelizmente, por outros fatores também o meu pulmão já estava comprometido, como acontece com a maioria dos diagnosticados.

    Hoje, convivo com a DPOC. Faço uso de um broncodilatador de longa duração (bombinha), fornecido pela farmácia de alto custo, por meio de um processo um pouco burocrático, mas possível. Além disso, uso outra medicação fornecida pelo próprio hospital onde faço tratamento.

    Agora, temos uma boa notícia: dois novos medicamentos foram incorporados no SUS.

    Além disso, um dos melhores remédios sem dúvidas é a reabilitação pulmonar, que nada mais é do que a realização de exercícios físicos.  Eu posso dizer que eles fazem toda a diferença.

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    O mínimo que se faz de atividade física já é importante para a recuperação, mesmo que aos poucos. No dia a dia, você vai percebendo o quanto aquilo está fazendo bem. E cada dia é um pouco melhor que o outro.

    *Rita de Cássia Ferraz, vive com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e mora em São Paulo

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