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A ozonioterapia na cadeira do dentista

Diante da polêmica atual, profissional esclarece o uso dessa técnica na odontologia e quem está habilitado a exercê-la nesse contexto

Por Dr. Carlos Goes Nogales, cirurgião-dentista*
Atualizado em 26 jul 2018, 12h09 - Publicado em 25 jul 2018, 12h10
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  • A descoberta de novas técnicas e substâncias que possam auxiliar na cura ou no tratamento das mais diversas enfermidades é uma busca constante da medicina e da odontologia. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido até que as inovações possam ser aplicadas nos pacientes. São necessários, por exemplo, testes e pesquisas para verificar sua eficácia, possíveis efeitos colaterais e o risco de eventuais danos. A ozonioterapia, método que utiliza uma mistura gasosa de ozônio e oxigênio para fins terapêuticos, é uma dessas descobertas, e tem se provado bastante eficiente na odontologia. As primeiras publicações acerca de seu uso surgiram em 1934, com o cirurgião-dentista Edward Fisch.

    No entanto, foi somente no início dos anos 2000 que a técnica passou a ser opção terapêutica na recuperação dos pacientes. Uma das razões é que entre as suas principais características está a biocompatibilidade: a capacidade de um material ou substância de ser compatível com tecidos vivos.

    Vários trabalhos científicos sobre a técnica, nas mais diversas áreas da odontologia, têm mostrado que ela é uma coadjuvante terapêutico eficaz e capaz de proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.

    Como ela funciona

    Com alto poder oxidativo e ação antimicrobiana, a ozonioterapia pode ser utilizada em diversos contextos: de coadjuvante no tratamento da doença periodontal até no suporte da disfunção da articulação temporomandibular (a ATM). Os estudos mostram que o ozônio é efetivo contra os micro-organismos da cárie e reduz a sensibilidade após cirurgias. A técnica também é empregada no tratamento de quadros inflamatórios e infecciosos, em cirurgias, como auxiliar no processo de reparo dos tecidos, e em casos de necrose óssea no maxilar.

    O gás é a forma mais conhecida de aplicação da ozonioterapia, mas a substância também pode ser administrada em meio a água e óleo. O uso da água ozonizada e do gás acelera a cura da infecção relacionada com o tratamento de canal, assim como é eficaz no combate a fungos que podem se aderir às próteses e dentaduras.

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    Já a formulação do óleo traz bons resultados no tratamento de prolemas de base inflamatória e no controle de feridas ocasionadas pelo herpes.

    O ozônio pelo mundo

    O Brasil é o quinto país com a maior produção científica relacionada à ozonioterapia. Estamos falando da realização de estudos laboratoriais e testes clínicos randomizados (quando os grupos recrutados para o experimento são escolhidos de forma aleatória). Outros países, como Alemanha, Itália, Espanha e Cuba investem não somente em pesquisas, mas também já empregam o ozônio corriqueiramente em seus sistemas de saúde.

    A técnica é considerada absolutamente segura. De acordo com a Associação Alemã de Ozonioterapia, a incidência de efeito colateral é de 0,0007%, enquanto terapias com o uso do ácido acetilsalicílico, por exemplo, chegam ao percentual de 0,2%. É importante destacar que a eficácia esperada somente será possível quando a técnica for empregada de acordo os protocolos estabelecidos mundialmente.

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    A ozonioterapia é oficializada em 14 diferentes países. No Brasil, é reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia desde 2015, lembrando que só estão aptos a exercê-la profissionais devidamente habilitados e que realizaram um curso específico, com carga horária mínima de 32 horas.

    * Dr. Carlos Goes Nogales é cirurgião-dentista e presidente da Câmara Técnica de Ozonioterapia no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo

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