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Um transplante inovador para curar o câncer infantil

Hoje, pacientes que precisam de transplante de medula óssea não precisam esperar por um doador totalmente compatível. Médica explica

Por Juliana Folloni Fernandes, pediatra*
17 jan 2023, 09h23

O câncer infantil é, hoje, a primeira causa de morte (7% do total) entre pré-escolares e adolescentes no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, o Inca. Como o índice de mortalidade é bastante elevado quando a doença se encontra em fase avançada, é fundamental focarmos em diagnóstico precoce e na descoberta de novos tratamentos.

Nessa faixa etária, entre os tipos de câncer mais comuns estão as leucemias, que afetam as células sanguíneas. Nesses casos, o transplante de medula óssea pode ser uma opção quando o paciente não responde ao tratamento inicial adequadamente ou nas recidivas.

Esse tipo de procedimento visa substituir a medula óssea doente (atingida pela doença) por uma normal, na tentativa de evitar que a enfermidade reapareça.

No transplante alogênico, é utilizada a medula óssea de um doador – geralmente, um irmão compatível. Quando não há essa possibilidade, é preciso recorrer ao banco de doadores voluntários.

+ Leia também: Precisamos ampliar a diversidade entre os doadores de medula óssea

Apesar de, atualmente, o Brasil contar com o terceiro maior banco de doadores voluntários de medula óssea do mundo, com mais de 5 milhões de cadastrados, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha, muitos pacientes ainda não conseguem encontrar um doador compatível por aqui nem no exterior.

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Em busca de uma solução

Desde o final da década de 1980, muitos estudos foram feitos com o intuito de encontrar alternativas para esses pacientes.

Porém, utilizar uma medula óssea que não fosse totalmente compatível provocava efeitos colaterais gravíssimos e até fatais, produzidos pelos linfócitos T do doador, isto é, suas células de defesa. Ao não reconhecer o corpo do paciente, elas atacavam órgãos vitais.

Inicialmente, aparelhos em laboratório eram usados para retirar os linfócitos T da medula óssea coletada para o transplante. Mas essa é uma técnica muito cara e pouco acessível para muitos centros, principalmente em países de menor poder aquisitivo.

Mas uma técnica desenvolvida recentemente pela Universidade de John Hopkins, nos Estados Unidos, trouxe a solução para esse dilema. Ela se baseia na aplicação de uma quimioterapia após a infusão das células que atinge principalmente os linfócitos T, sem afetar as células-tronco que irão repovoar a medula óssea.

+ Leia também: Câncer no sangue: a ciência dá boas notícias

Esse procedimento revolucionou a área do transplante de medula óssea, já que nesses casos podemos utilizar doadores familiares parcialmente compatíveis (chamados haploidênticos).

Esses doadores podem ser pai, mãe, irmãos, filhos ou até tios e primos: basta compartilhar pelo menos 50% do HLA (isto é, human leucocyte antigen, ou, em português, antígenos leucocitários humano, um sistema de compatibilidade) com o paciente.

Com essa possibilidade, praticamente todas as crianças e os adolescentes que precisam de transplante podem ter um doador rapidamente disponível, melhorando significativamente suas chances de cura.

*Juliana Folloni Fernandes é pediatra e coordenadora da unidade de transplante de células-tronco hematopoéticas do Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci)

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