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Transtorno alimentar: uma bomba-relógio para o coração

Problemas como anorexia e bulimia são capazes até de gerar insuficiência cardíaca e morte por alterações no coração

Por Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da ABRAN*
23 mar 2024, 10h08

Distúrbios alimentares definitivamente não são inofensivos: eles podem matar, e algumas dessas mortes são causadas por complicações cardiovasculares. A relação entre transtornos alimentares e saúde do coração é estudada há anos, aliás.

Veja o caso da anorexia, por exemplo. Pessoas com esse problema evitam ou restringem severamente os alimentos e podem fazer exercícios de forma muito exagerada.

A desnutrição e a perda de peso decorrentes disso podem causar o encolhimento do músculo cardíaco e a diminuição da frequência cardíaca, uma condição conhecida como bradicardia. A depender do tamanho da restrição e do tempo, o coração atrofia.

Em 2023, um artigo de evisão do Journal of Eating Disorders constatou que, de todas as condições psiquiátricas, pessoas com anorexia têm o segundo maior risco de mortalidade. Já um artigo do The British Journal of Psychiatry de 2020 trouxe dados do Canadá para mostrar que pacientes hospitalizados por distúrbios alimentares têm cinco a sete vezes mais probabilidade de morrer do que a população em geral.

+Leia também: Transtorno alimentar grave é altamente genético

E vale destacar a bulimia – condição na qual episódios de compulsão alimentar são seguidos de vômitos ou uso de laxantes e diuréticos para purgar o alimento. Pensando no coração, o problema é que o vômito excessivo e esses medicamentos levam a um desequilíbrio de certos minerais no organismo, o que aumenta o risco de ritmos cardíacos anormais. 

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Os danos causados ​​ao coração pela bulimia também podem causar insuficiência cardíaca congestiva e morte cardíaca súbita.

Além disso, pessoas com transtornos alimentares não costumam ingerir, em quantidades adequadas, itens saudáveis como frutas e verduras. Portanto, não é incomum que faltem nutrientes para o corpo e o coração funcionarem direito.

Os transtornos alimentares podem afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas há um maior risco para meninas adolescentes e mulheres na faixa dos 20 anos. Pessoas próximas devem ficar atentas a sinais como obsessão pelo peso, excesso de exercícios, sair rotineiramente da mesa durante uma refeição para usar o banheiro ou usar roupas largas para esconder o quão magro está.

Trazer alguém com um distúrbio alimentar de volta a um peso saudável pode resolver as mudanças estruturais no coração causadas pela desnutrição, mas isso deve ser feito com cautela e acompanhamento médico. 

Pessoas gravemente desnutridas correm alto risco de síndrome de realimentação, que ocorre quando a nutrição é reintroduzida muito rapidamente. O quadro pode ser fatal. 

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Também é importante não culpar as pessoas pelo desenvolvimento de um transtorno alimentar. Eles não escolheram estar nessa situação, e precisamos reconhecer isso. 

*Marcella Garcez é médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), além de do Curso Nacional de Nutrologia da mesma instituição. É membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Também é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento

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