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Termografia: um método revolucionário para mensurar o nível de dor

Definir o local e o grau de dor de alguém é um dos grandes desafios dos profissionais de saúde. Especialista fala sobre método que ajuda nessa missão

Por Alexandre Aldred, médico*
26 out 2022, 08h45

Toda mãe já enfrentou o dilema de não saber se a dor abdominal de seu filho é desculpa por causa da prova de matemática que ele quer evitar na escola ou se é o prenúncio de algo mais grave, talvez uma apendicite. Dilema semelhante é do treinador que, diante de lesões no quadríceps de dois jogadores com sensibilidade diferente à dor, ouve de um que consegue continuar em campo, enquanto o outro implora por um analgésico.

Esse desafio de avaliar corretamente o nível da dor de alguém e sua causa começa a ser vencido pela termografia médica.

Empresas da Índia, da Itália e também do Brasil se valem desse aliado importante para o diagnóstico da causa do incômodo. A termografia também serve de indicador para a necessidade de tratamento para problemas de saúde que ainda nem geraram sintomas mais perceptíveis, mas que provocaram ligeiro aumento de temperatura em algum ponto do organismo.

A inovação consiste em equipamentos cuja base é uma bateria de termossensores que escaneiam o corpo humano, indicando alterações pontuais de temperatura. Elas podem até passar despercebidas pelo próprio paciente, mas indicam o início de um processo inflamatório – resolvê-lo se torna muito mais fácil e rápido com essa detecção precoce.

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Um mundo de possibilidades

A termografia médica se desenvolveu como consequência da evolução da tecnologia com fins militares, que permite ao soldado identificar visualmente o inimigo no escuro, pela emanação infravermelha de seu corpo.

Montar uma bateria de termosensores num equipamento que examine o corpo humano de forma não invasiva é de vital importância para detectar os pontos inflamados em diversas situações, como uma sinusite ou em obstruções vasculares.

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Além disso, é possível determinar se uma enxaqueca é migrânia ou tensional e qual a origem de uma febre de causa desconhecida. O reumatologista ainda consegue identificar o ponto preciso de uma dor que o paciente sente como difusa e avaliar a gravidade do problema. Há inúmeras outras possibilidades.

Na Medicina Esportiva, os atletas da Liga Espanhola de Futebol, por exemplo, foram submetidos à análise com equipamentos de termografia e resultados precisos mostraram a necessidade (ou não) de tratamento preventivo de lesões, independentemente da percepção maior ou menor da dor.

No Brasil, diversos clubes de futebol profissional já examinam regularmente seus jogadores com equipamento de termografia antes e depois de cada treino para, assim, determinar o risco de lesões.

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O protocolo para considerar o que é normal ou anormal em termos de temperatura de pontos do corpo humano foi estudado por pesquisadores da Universidade Glamorgan, do País de Gales, que montaram um quadro com imagens térmicas do corpo saudável. Uma diferença de um grau é considerada indicação de algum problema, pois a lesão, por menor que seja, causa alteração do fluxo sanguíneo no local e a consequente mudança da temperatura, que é detectada pelo equipamento.

Em evolução

Os aparelhos que se valem da termografia ainda estão sendo aperfeiçoados. No Brasil, a inteligência artificial já foi e está sendo empregada para analisar informações de termossensores usados para detectar quadros respiratórios, principalmente a Covid-19.

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Com um grande banco de dados com temperaturas de pontos do corpo de pessoas sabidamente contaminadas, o sistema capta os resultados do sensoriamento de cada paciente e, em segundos, faz uma comparação com as informações com que foi previamente abastecido. Em caso de concordância das informações obtidas, indica a necessidade de um teste molecular para confirmação da presença do vírus.

Os sistemas de termografia para uso médico certamente ainda vão evoluir muito e ganhar precisão maior nos próximos meses e anos.

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Histórico antigo

Mas o incrível é que o início do uso da temperatura de pontos do corpo para identificação de doenças começou 500 anos antes de Cristo.

Pois é: embora a Medicina tenha se voltado para a medição de pontos de temperatura elevado no organismo para detectar problemas há poucas décadas, o primeiro uso do recurso foi relatado por Hipócrates, na Grécia.

Ele cobria o paciente com uma fina camada de lama e onde ela secasse mais rapidamente, devido à diferença de temperatura da epiderme, ele sabia que estavam localizadas as inflamações, que passava a tratar.

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O princípio do teste inventado pelo pai da Medicina é o mesmo da termografia atual, mas com resultados obtidos em segundos e de maneira muito mais precisa.

*Alexandre Aldred é médico pela Universidade de São Paulo e atua em Termografia Médica Diagnóstica e Propedêutica

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