Alterações genéticas hereditárias, que são aquelas recebidas dos pais e estão no DNA da família, aumentam o risco de desenvolver o câncer de próstata. Elas estão associadas a tumores mais agressivos e/ou em idade mais jovem, antes dos 55 anos.
Para evitar o pior prognóstico, o exame genético é um aliado nesses casos, pois se antecipa à ameaça, favorecendo o diagnóstico precoce e aumentando a efetividade do tratamento caso o problema seja detectado. Além disso, o teste possibilita investigar em outros familiares a presença das mutações ligadas ao câncer.
Conhecer as alterações hereditárias é importante também para delinear um tratamento mais apropriado para a doença e monitorar o aparecimento de outros tipos de câncer (testículo, pâncreas, ovários e mama) no indivíduo e na família. Como as mutações são transmitidas de geração em geração, detectar a mutação é a melhor forma de saber quem tem maior risco de desenvolver o problema.
Com essa informação em mãos, o paciente e seus familiares podem adotar medidas preventivas, estabelecidas junto a um médico, para afastar a doença ou diagnosticá-la quanto antes, o que aumenta as chances de cura.
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O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum de câncer entre os homens no Brasil, sendo mais frequente a partir dos 50 anos. Estima-se um aumento na incidência da enfermidade no país, com 65 mil novos casos e 15 mil vítimas fatais por ano. Cerca de 10% dos casos são hereditários, ou seja, são mais de 6,5 mil novos episódios de câncer de próstata hereditário por ano por aqui.
Fora a história familiar, os principais fatores de risco para a doença são idade avançada, alterações hormonais, obesidade e tabagismo.
A genética e a hereditariedade são extremamente relevantes no contexto do câncer de próstata: ele tem a maior taxa de herdabilidade entre tumores no público masculino. Ter um pai ou irmão com a doença faz dobrar o risco de o indivíduo apresentá-la também.
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Além disso, algumas mutações genéticas que aumentam a propensão ao câncer de próstata também predispõem ao câncer de mama em mulheres. Por isso a análise ampla do histórico familiar é tão bem-vinda.
Assim como o exame genético, que deve ser solicitado e interpretado por um médico. A coleta é muito simples: uma amostra de saliva é suficiente para a extração e o sequenciamento do DNA.
Os testes podem tanto dar o diagnóstico de câncer hereditário a indivíduos com a doença como identificar o risco aumentado de desenvolvê-la entre os familiares. Quanto antes esses casos forem investigados, melhores as chances de se antecipar e vencer a doença.
*David Schlesinger é médico, doutor em genética pela USP e CEO da Mendelics e do meuDNA