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Por que os exames de rastreamento são importantes no combate ao câncer

Embora exames como mamografia, colonoscopia e papanicolau tenham limitações, eles têm ajudado muita gente a descobrir tumores antes de sintomas aparecerem

Por Jordana de Faria Bessa, Carolina Ribeiro Victor e João Glasberg, médicos*
Atualizado em 19 jan 2024, 15h42 - Publicado em 9 fev 2023, 09h34

Este poderia ser mais um artigo para falar que os exames de rastreamento reduzem as mortes por câncer. O que é verdade. Mas vamos falar além do óbvio? Ainda existe muita gente que é contra os exames de rastreamento, e tem argumentos para isso.

Vamos pegar o exemplo da realização de mamografias em mulheres sem sintomas: há estudos que mostram um aumento da taxa de detecção precoce do câncer e a redução da mortalidade pela doença, porém, também há casos de “alarme falso”, em que mulheres precisaram realizar mais exames e biópsias para, no fim das contas, constatar que não tinham a doença.

O rastreamento do câncer de próstata, como outro exemplo, é ainda mais controverso, pois pode diagnosticar tumores de baixa agressividade, que não causariam morte, mas cujos tratamentos impactam na qualidade de vida do paciente.

Nós queremos defender, aqui, que você converse com seu médico sobre esses exames.

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Por que há resultados conflitantes?

As imprecisões ocorrem porque todo exame de rastreamento é imperfeito e apresenta margens de erro – para mais ou para menos. Uma lesão pode aparecer nos exames como mais ou menos preocupante do que ela verdadeiramente é.

Mas, apesar das limitações, os exames de rastreamento têm ajudado muita gente a descobrir o câncer antes de ele causar sintomas. E isso proporciona cirurgias menos radicais e tratamentos menos agressivos.

Continuando no exemplo da mama: descobrir um tumor de 1 centímetro ou de 4 centímetros faz muita diferença em termos de qualidade de vida. No primeiro caso, a paciente muitas vezes precisa de uma cirurgia em um quadrante e não tem indicação de quimioterapia. No segundo caso, porém, é comum pensarmos em mastectomia (a retirada da mama) e o pacote completo de tratamento.

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Exame de mamografia permite detecção de alterações nas mamas (Foto: Cristine Rochol/PMPA/Divulgação)

Na prática

Hoje em dia, estamos indo além daquelas recomendações batidas, do tipo: mamografia acima de 40 anos, colonoscopia acima dos 50, ou papanicolaou depois de ter relações sexuais.

Cada paciente precisa ter definido: com base na minha história pessoal e familiar, qual será a minha estratégia de combate ao câncer? Quais exames eu farei, e com quantos anos irei começar?

+ Leia também: Novas fronteiras no cerco ao câncer

O câncer de mama é o tumor mais comum em mulheres (sem levarmos em conta o câncer de pele não-melanoma). A Sociedade Brasileira de Mastologia defende a realização da mamografia a partir dos 40 anos, repetindo-a anualmente até os 74 anos (ou até mais, se estiver em boas condições de saúde).

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Porém, para mulheres de alto risco, como aquelas com história familiar, com mutações genéticas e que já apresentaram lesões pré-malignas, por exemplo, pode-se começar antes dos 40 anos, e associar ressonância magnética.

Quanto ao controverso rastreamento de câncer de próstata, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que todo homem com mais de 50 anos passe em consulta médica para discussão dos riscos e benefícios.

Nessa consulta, serão avaliados fatores de risco, como história familiar. Se o homem optar por seguir com o rastreamento, é realizado o teste de PSA – antígeno prostático específico.

O segundo tumor mais frequente em mulheres e homens é o câncer colorretal. Apesar da grande maioria dos casos ocorrer após os 50 anos, nos últimos anos estamos assistindo a um aumento na incidência de câncer em jovens (como a cantora Preta Gil, diagnosticada aos 48 anos).

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+ Leia também: Entenda o que é o câncer colorretal, diagnosticado em Preta Gil 

A causa para esse fenômeno não está clara, mas alguns estudos apontam alguns vilões que são cada dia mais presentes em nossa sociedade, como obesidade, aumento do consumo de álcool e de alimentos ultraprocessados e doenças metabólicas, como hipercolesterolemia.

No Brasil, já há um movimento para que se inicie o rastreamento com colonoscopia ou pesquisa de sangue oculto nas fezes aos 45 anos, como preconiza a Sociedade Americana do Câncer.

Esses exames podem ser iniciados antes se um médico identificar critérios de alto risco, como história familiar ou doenças inflamatórias intestinais. Deve-se repetir a colonoscopia a cada 10 anos ou realizar a pesquisa de sangue nas fezes anualmente até os 75 anos.

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É importante destacar que toda mulher que começa a ter vida sexual e que tem mais de 25 anos deve fazer o exame de papanicolau. A frequência com que se realiza o exame pode ser individualizada, mas é importante passar em consulta médica com o ginecologista pelo menos uma vez ao ano.

Esse exame avalia o colo uterino e o risco de ter células de câncer. O câncer de colo de útero no Brasil ainda é o terceiro mais frequente em mulheres, acometendo principalmente as jovens, e é relacionado com a infecção pelo vírus de HPV (para o qual, felizmente, hoje já temos vacina disponível pelo SUS).

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É preciso ter coragem para olhar dentro de nós mesmos, do nosso corpo, da nossa mente. Muitas vezes, descobrir algo nos custa muitas renúncias e sacrifícios.

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É por isso que tantas vezes fugimos da verdade. Mas, se essa verdade for um câncer, quanto antes soubermos, melhor.

Nenhum caso de câncer é fácil, mas aqueles em que o tumor está em estágio mais avançado provavelmente precisarão de um tratamento mais sofrido.

Felizmente, temos cada vez mais estratégias de prevenção para oferecer, com destaque para a mamografia, a colonoscopia e o papanicolaou, cobrindo os tumores mais frequentes. Assim, um conselho: converse e discuta com seu médico sobre esses exames.

*Jordana de Faria Bessa, Carolina Ribeiro Victor e João Glasberg são, respectivamente, mastologista e oncologistas do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco.

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