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O que esperar da Cannabis medicinal?

Medicamentos à base da planta ainda geram controvérsias, mas especialista mostra como essa discussão pode gerar um saldo positivo para toda a sociedade

Por Gustavo Belchior, biólogo*
Atualizado em 28 ago 2019, 09h20 - Publicado em 28 ago 2019, 09h20
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  • O potencial terapêutico da Cannabis sativa, planta mais conhecida mundo afora pelo uso recreativo (maconha), nunca esteve tão em alta. Cada vez mais estudos mostram efeitos promissores para a melhoria de sintomas em diferentes doenças. Entre elas estão a esclerose múltipla, distúrbios do sono, quadros de dor crônica, alguns tipos de epilepsia e o enjoo e a náusea provocados pela quimioterapia. Em alguns casos, os medicamentos derivados da Cannabis são os únicos capazes de beneficiar pacientes que não encontraram alívio com os tratamentos clássicos.

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    Mas por que, então, a liberação desses medicamentos gera tanta preocupação no país? Apesar de o emprego medicinal da planta ter surgido na China há milênios, na sociedade atual a Cannabis é mais conhecida por propiciar recreação, escape ou diversão — algo completamente diferente da aplicação terapêutica.

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    Esse uso foi proibido no Brasil desde a década de 1960, vetando, na realidade, todo e qualquer tipo de utilização. E aí está o início de uma confusão que se estende até hoje, mas que pode ser simplificada se separarmos o uso de acordo com a intenção.

    Como sabemos, o abuso de substâncias (álcool, maconha…) costuma ter consequências indesejadas. A dependência, de qualquer tipo, tende a afundar o usuário em sofrimentos ainda maiores do que aqueles que o levaram ao consumo, às vezes arrastando amigos e familiares. Quando a substância é um entorpecente ilícito, então, o contexto se agrava.

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    Mas o ponto é que a proibição total e irrestrita da Cannabis, o que inclui seu uso medicinal, impactaria não só pacientes já beneficiados, mas potencialmente muitos outros. E, com a pesquisa de novas aplicações também proibida, não se pode sequer investigar mais efeitos terapêuticos da planta.

    Assim, precisamos deixar claro que a Cannabis em si não é um vilão. Tratá-la desse jeito seria o mesmo que condenar todas as facas de cozinha do mundo por episódios de violência com o utensílio. Tudo depende da forma e do objetivo do uso.

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    Portanto, a discussão sobre a regulamentação da Cannabis deve visar a um saldo positivo para a sociedade — num movimento que exige a máxima responsabilidade de médicos, pacientes, cientistas, indústria e governo. Com prudência e a clara intenção de melhorar a vida de quem sofre com uma doença, certamente chegaremos ao melhor uso medicinal da Cannabis no Brasil.

    *Gustavo Belchior é biólogo, Ph.D. em bioquímica e biologia molecular pela Universidade de São Paulo e fundador e CEO da Core Us Consultoria e Comunicação Científica

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