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O eixo intestino-cérebro: uma rota fascinante de descobertas

Alterações na microbiota intestinal podem afetar o cérebro, contribuindo para sintomas de ansiedade, dificuldades de memória e até insônia

Por Carla Taddei e Marcus Zanetti*
17 jan 2025, 10h05
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Quando a microbiota está desregulada, a produção de uma série de substâncias benéficas ao organismo é comprometida (Ilustração: Paula de Aguiar/Veja Saúde)
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A microbiota intestinal, composta de trilhões de micro-organismos, como bactérias, vírus e fungos, é essencial para diversas funções do organismo, como a digestão de nutrientes, a síntese de vitaminas e a defesa imunológica.

Ela também é responsável pela produção de substâncias como os ácidos graxos de cadeia curta, a exemplo do butirato, que atua como um modulador neuroprotetor e anti-inflamatório: em circulação, essa molécula influencia a liberação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e adrenalina, impactando diretamente a saúde mental.

Quando a microbiota está desregulada, a produção de uma série de substâncias benéficas ao organismo é comprometida, enquanto metabólitos prejudiciais acabam sendo gerados.

Tais alterações podem repercutir negativamente não apenas no aparelho digestivo. Ao afetarem o cérebro, contribuem para sintomas de ansiedade, dificuldades de memória e até insônia.

+ Leia também: Comida para proteger o cérebro

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? No corpo humano, o intestino e o sistema nervoso interagem por meio do eixo intestino-cérebro, uma rede de conexões com um funcionamento bidirecional. Comportamentos associados a transtornos mentais, como mudanças no apetite, privação de sono e sedentarismo, podem desregular a microbiota intestinal, levando a condições inflamatórias.

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Em paralelo, como mostram estudos recentes, a desregulação dessa comunidade de micro-organismos está ligada a transtornos como TDAH, autismo, depressão e doenças neurodegenerativas, embora ainda se investigue se essas relações são causais ou apenas correlacionais.

Trata-se de um rico e promissor território para pesquisas, que exploramos no livro Eixo Intestino-Cérebro: Teorias e Aplicações Clínicas (Manole – Clique para comprar**), uma obra inédita com mais de 600 páginas, coordenada por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), da Faculdade Sírio-Libanês e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que reúne as evidências sobre a interface entre saúde intestinal e mental e as perspectivas de abordagens diagnósticas e terapêuticas.

+ Leia também: Síndrome do intestino irritável: entenda a relação com o estilo de vida

Organizamos essa publicação ao lado do gastroenterologista e neurocientista americano Emeran Mayer, pioneiro nos estudos sobre o eixo intestino-cérebro e o criador desse conceito no início dos anos 2000.

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Voltado sobretudo a profissionais de saúde, o livro detalha as influências da microbiota intestinal na saúde humana, o impacto da atividade física e da alimentação em sua composição e de que forma ela reverbera na massa cinzenta e amplia ou diminui a propensão a quadros psiquiátricos e neurológicos.

Em cima da literatura científica, discutimos também como novas técnicas laboratoriais podem nos auxiliar a identificar alterações nesse eixo e o potencial e as limitações de tratamentos como probióticos, prebióticos, dietas e suplementos tanto na modulação da microbiota como nos sintomas de adoecimento mental.

Um assunto vivo, que ainda vai dar o que falar.

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*Carla Taddei é professora do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e organizadora do livro Eixo Intestino-Cérebro: Teorias e Aplicações Clínicas (Manole).

Marcus Zanetti é psiquiatra, professor da Faculdade Sírio-Libanês, médico do Ambulatório de Depressão Resistente, Autolesão e Suicidalidade da USP e organizador da mesma publicação.

**A venda de produtos por meio desse link pode render algum tipo de remuneração à Abril.

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