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Morte de menina que inalou desodorante escancara os riscos das redes

Busca por pertencimento em um ambiente inóspito pode levar a consequências trágicas para as famílias

Por Priscilla Montes, educadora parental*
15 abr 2025, 08h55
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Crianças correm diversos perigos ao usarem as redes sociais  (Flashpop/Getty Images)
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O caso da menina que morreu após inalar desodorante depois de ver um desafio na internet é devastador, mas não é isolado. Os desafios virais, hoje, se espalham como pólvora e chegam com promessas de pertencimento, fama e validação.

Durante muito tempo, acreditamos que nossos filhos estavam seguros dentro de casa. Mas hoje, com um celular na mão e acesso irrestrito à internet, o quarto deixou de ser um lugar protegido. Nossos filhos podem estar fisicamente presentes, mas emocionalmente isolados. E é aí que mora o perigo.

Quando um jovem está emocionalmente sozinho, esse tipo de conteúdo encontra terreno fértil. O problema não é só o vídeo, é o vazio que vem antes dele.

Neste contexto, a verdadeira pergunta que precisamos fazer é: que tipo de vínculo essa criança tem dentro de casa? Que tipo de afeto, de escuta, de presença ela recebe?

Quando não há vínculo dentro de casa, o jovem busca pertencimento fora.

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E aí, qualquer espaço que ofereça escuta, atenção e acolhimento, mesmo que distorcido, pode se tornar uma referência. É nessa hora que entram os discursos perigosos, os desafios absurdos, as comunidades que incentivam o ódio, o bullying, a misoginia.

O maior risco não é a rede social em si. É a falta de diálogo. A falta de afeto. A ausência de presença genuína. Não se trata de vigiar ou controlar. Trata-se de participar, de abrir espaço pra conversa sem julgamento, de construir confiança todos os dias.

+Leia também: Adolescência cutuca culpa dos pais diante do imponderável

É claro que devemos orientar sobre o uso das redes. Mas o que mais protege é o que vem antes da regra, que é o vínculo. Porque o senso crítico não nasce pronto, ele se desenvolve com o exemplo, com a escuta, com o afeto.

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Crianças e adolescentes precisam saber que podem contar com os adultos. Que podem errar e ainda assim serão acolhidos. Que podem falar sobre o que viram, sobre o que ouviram, sem medo. E isso só acontece quando existe confiança. Quando há presença.

Quando existe um lar que educa, orienta e protege. Não com gritos, mas com conversa. Não com medo, mas com segurança emocional.

Nossos filhos não precisam de perfeição. Precisam de atenção. De adultos disponíveis, interessados, afetuosos. Porque onde falta afeto, o algoritmo preenche. E onde falta escuta, qualquer influência pode virar autoridade.

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A internet amplia riscos, sim. Mas o que salva e sempre salvou, continua sendo o mesmo: vínculo, afeto, presença e diálogo. Todos os dias.

*Priscilla Montes é educadora parental certificada pela Positive Discipline Association.

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