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Entre truques e procedimentos: a busca exagerada pelo rejuvenescimento

Médico alerta sobre uso desmedido de recursos para minimizar envelhecimento que podem sabotar saúde física e mental

Por Marcelo Sampaio, cirurgião plástico*
29 ago 2022, 18h36

A modelo canadense Linda Evangelista estava se preparando para o shooting de uma grife e resolveu revelar seu truque para ficar com uma aparência mais rejuvenescida nas fotos: o face tape (ou face lift tape). Trata-se do uso de duas fitas adesivas conectadas por um fio de elástico ajustável no rosto.

Elas têm uma cola específica para ter contato com a pele e são aplicadas em certos pontos do rosto, sendo o principal na região dos olhos, garantindo aquele efeito foxy eyes (olhos de raposa), que se estende pela testa e próximo às orelhas, e esticando a pele da mandíbula, que fica mais angulosa. A ideia é minimizar, naquele momento do uso, a flacidez, as rugas e as linhas de expressão.

É como uma maquiagem, algo que faz parte do dia a dia de modelos e atrizes, já que o face tape é projetado para permanecer invisível com o auxílio do penteado.

Só no Tiktok são mais de 211 milhões de hashtags com a palavra #facetape. Inclusive, 3 milhões fazem parte do #facetapechallange, uma competição para mostrar como o rosto muda complementamente com o adesivo.

Não há problemas em usar esse recurso vez ou outra. O problema aparece, porém, quando a pessoa fica obcecada pela aparência obtida com o truque. A utilização contínua, sem remoção adequada, também pode levar à irritação da pele (devido à cola), entupimento dos poros e acne no local da aplicação.

Mais sério ainda: pode gerar um transtorno de imagem, uma vez que a pessoa não consegue viver mais sem aquilo.

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+ LEIA TAMBÉM: O que saber antes de fazer uma harmonização facial

Há quem tenha recorrido à cirurgia plástica para ficar de forma definitiva com o efeito do adesivo. Um dos procedimentos que ajuda a deixar o rosto mais esticado é o lifting facial, que reposiciona a pele e remove seu excesso, restaurando os contornos perdidos. Ele precisa ser individualizado, ou seja, guiar-se pelas características físicas e as queixas da paciente.

O problema é que 99% das vezes é impossível chegar aos traços imaginários criados pelo face tape.

O grande perigo aqui é que a aparência fake diante da realidade do envelhecimento pode ser o gatilho para o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal, uma condição psicológica em que há preocupação excessiva com o corpo e/ou o rosto. A pessoa imagina que é capaz de alcançar aquela fisionomia e passa a buscar plásticas e outros procedimentos de forma exagerada, prejudicando sua saúde física e emocional.

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Veja: não é que se deve deixar de lado recursos que podem atenuar marcas do envelhecimento e realçar a beleza de cada um. O lifting facial, por exemplo, é excelente dependendo do objetivo e da idade. Ele realmente funciona quando a pessoa quer fazer uma correção definitiva, ainda mais se está com baixa autoestima. E pode ser combinado com outros procedimentos, caso da aplicação de toxina botulínica e da blefaroplastia, cirurgia para tratar o excesso de pálpebras.

O que a pessoa precisa entender é que não se deve ficar comparando a si mesma com as outras e procurando ostentar traços imaginários. É sempre bom ter uma versão melhor de si, mas sem se descaracterizar.

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* Marcelo Sampaio é cirurgião plástico, médico do Hospital Sírio-Libanês (SP), membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e correspondente no Brasil da American Society of Plastic Surgeons

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