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Doenças reumáticas na infância são mais comuns do que se imagina

Estima-se que pelo menos uma a cada 500 crianças seja afetada por uma doença reumática

Por Daniela Gerent Petry Piotto, reumatologista pediátrica*
28 set 2022, 10h08

Há um mito comum em associar reumatismo ao envelhecimento, ou a um único conceito de doenças nas articulações. Na realidade, existem diferentes doenças reumáticas com sintomas, características e prognósticos diversos.

Entre elas estão as doenças reumáticas da infância, que podem surgir muito cedo, antes até do primeiro ano de vida; outras são próprias da infância e/ou adolescência; e algumas podem se prolongar à idade adulta.

As mais conhecidas são a febre reumática, a artrite idiopática juvenil e o lúpus eritematoso sistêmico juvenil.

A Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que pelo menos uma criança a cada 500 seja afetada por uma doença reumática. O diagnóstico e o tratamento adequados são extremamente importantes para evitar complicações.

As doenças reumáticas na infância apresentam-se de diferentes formas e com sintomas que podem ser comuns em outras doenças, como febre, manchas na pele, mal-estar, fraqueza, além das manifestações articulares (que podem não estar presentes durante os primeiros meses da doença).

Daí a importância de familiares, professores e profissionais de saúde que atendem as crianças conhecerem essas doenças.

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Quando suspeitar de uma doença reumática na infância?

O primeiro passo é observar se a criança começa a apresentar dificuldades para realizar atividades do dia a dia, como andar, brincar, tirar uma roupa, escrever, desenhar e praticar exercícios.

Além disso, há outros sinais de alerta que merecem investigação:

1. Febre prolongada, que recorre todo mês sem uma causa aparente;
2. Dores nas articulações, principalmente ao acordar;
3. Articulação edemaciada (inchada), quente, com limitação do movimento. Por exemplo: a criança não consegue esticar os braços ou anda com dificuldade;
4. Perda de peso, inapetência, desinteresse por brincadeiras, cansaço, dor no corpo, fraqueza muscular;
5. Pedidos constantes de colo. A criança não apoia os dois pés no chão;
6. Alterações posturais, dores na coluna;
7. A criança pode não querer fazer aulas de educação física, ter quedas frequentes, limitações;
8. Algumas podem ter baixo rendimento escolar ou dificuldades na escrita. Muitas vezes são rotuladas de desatentas ou preguiçosas, já que deixam de fazer atividades manuais pela dor;
9. Manchas na pele avermelhadas ou brancas, que eventualmente são confundidas com alergias. Essas lesões não melhoram com o tratamento dermatológico já em uso;
10. Quadros renais como urina escura, com sangue ou espuma na urina;
11. Inflamação nos olhos, como uveíte (olhos vermelhos);
12. Alterações laboratoriais específicas em testes reumatológicos – FAN (fator antinuclear) e fator reumatoide, ou alterações nos exames de imagem.

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A Sociedade Paulista de Reumatologia alerta que a avaliação adequada de um especialista, como o reumatologista pediatra, é importante para garantir o diagnóstico e tratamento precoce de um amplo conjunto de doenças crônicas e inflamatórias que podem surgir nessa fase da infância.

A escolha do tratamento depende do tipo de doença reumática, mas, de uma forma geral, inclui o uso de anti-inflamatórios; medicamentos modificadores do curso da doença, que chamamos de imunossupressores; e, mais recentemente, o uso de terapia-alvo com medicamentos biológicos (produzidos a partir de organismos vivos, como células e bactérias), que permitem uma rápida remissão de atividade da doença e redução de sequelas, proporcionando melhora importante da qualidade de vida dos pacientes.

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Além disso, o tratamento deve incluir um acompanhamento multiprofissional, com médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, entre outros.

Quando não tratadas adequadamente, as doenças reumáticas têm um impacto significativo na qualidade de vida das crianças e dos adolescentes, implicando em uma série de dificuldades (sociais, físicas, escolares, emocionais) capazes de culminar com uma baixa aderência ao tratamento – especialmente nas famílias com problemas sociais e econômicos.

Com o objetivo de auxiliar esses pacientes e as suas famílias, em 2001 foi fundada a ACREDITE – Amigos da Criança com Reumatismo, uma organização sem fins lucrativos ligada ao Setor de Reumatologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo/Hospital São Paulo.

O site www.acredite.org.br e o Instagram @ong_acredite têm informações para pacientes, pais e profissionais, e permite a doação para a manutenção das atividades.

*Daniela Gerent Petry Piotto é reumatologista pediátrica, membro da Comissão de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Paulista de Reumatologia e professora afiliada ao Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

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