Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Diversidade em estudos é essencial para melhorar a saúde da população

Entenda por que as mais variadas características da sociedade devem ser levadas em conta em pesquisas científicas

Por Viviane Rezende, farmacêutica*
13 jun 2023, 09h59
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O número de estudos clínicos abertos anualmente dobrou nos últimos 10 anos: passou de 19 mil, em 2012, para 38 mil, em 2022. Hoje, são mais de 430 mil no mundo.

    Com esse crescimento substancial, abre-se também uma janela de oportunidade para aumentar a diversidade da população estudada.

    Infelizmente, ainda não temos uma base de dados unificada que nos permita aferir demograficamente os estudos em andamento no mundo – o que, por si só, já indica que a inclusão desse importante critério ainda não é um consenso.

    Porém, algumas tendências promissoras começam a surgir, indicando uma melhora gradual.

    Cabe lembrar que a diversidade nos estudos clínicos é uma preocupação há mais de 50 anos, e a pandemia Covid-19 ressaltou ainda mais a urgência desse assunto.

    + LEIA TAMBÉM: Entrevista: a homofobia como problema de saúde pública

    Desde novembro de 2020, a FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora de saúde nos Estados Unidos, emite orientação específica para que a indústria considere em seus estudos clínicos uma diversidade tanto em relação às características demográficas das populações (como sexo, raça, etnia, idade e local de residência) como as não-demográficas (a exemplo de comorbidades e presença de quaisquer deficiências ou doenças raras).

    Continua após a publicidade

    Esse olhar é fundamental. Primeiro, porque os tratamentos devem atender à sociedade como um todo, refletindo sua multiplicidade.

    Experiências e condições de vida, além de características como etnia, idade, sexo e orientação sexual, impactam nos resultados e precisam ser levadas em consideração.

    Afinal, o modo e o local onde vivemos, aprendemos, trabalhamos e nos divertimos fazem a diferença em nossa saúde.

    O acesso a bons cuidados de saúde, a alimentos saudáveis e a uma educação de qualidade interferem positivamente em nosso bem-estar.

    Continua após a publicidade

    Por outro lado, experiências e exposições negativas – aqui podemos citar fatores como poluição, violência, racismo estrutural e discriminação – são causas para o desenvolvimento de doenças.

    + LEIA TAMBÉM: Mulheres ainda são minoria em estudos clínicos

    Neste ano, uma pesquisa encomendada pela Sanofi em cinco países (Brasil, Reino Unido, EUA, Japão e França), apontou, sob uma perspectiva diferente, mas igualmente relevante, a necessidade de saúde e diversidade caminharem juntas.

    Se por um lado a maior representatividade nos estudos clínicos pode garantir resultados científicos mais fidedignos, atendendo melhor às pessoas, por outro os serviços e profissionais de saúde precisam estar preparados para o atendimento humanizado, que considere essa multiplicidade social.

    Em ambos os casos há um longo caminho a percorrer.

    Continua após a publicidade

    Os dados revelam, por exemplo, que 80% das pessoas de grupos étnicos minorizados – que, no Brasil, é predominantemente composto pela população negra – tiveram alguma experiência que prejudicou sua confiança na área de saúde.

    No Brasil, 23% das pessoas negras e de outros grupos raciais têm mais probabilidade de se sentirem indesejadas por um prestador de saúde ou pelo sistema de saúde no geral.

    A falta de confiança é mais um fator que aprofunda as desigualdades sociais, porque limita o acesso das pessoas à informação correta sobre saúde, como cuidados preventivos ou a aderência aos tratamentos de doenças.

    + LEIA TAMBÉM: Avança o conhecimento sobre o DNA brasileiro: entenda a importância disso

    Essa falta de confiança também pode estar relacionada à tímida participação de grupos minorizados em estudos clínicos.

    Continua após a publicidade

    No Brasil, as pessoas negras compreendem mais da metade da população (56,1%, de acordo com IBGE) e esse é um dado expressivo, que deve ser analisado de forma prioritária nos estudos clínicos.

    Na Sanofi, nosso objetivo é que, até 2025, tenhamos 25% de pacientes negros participando dos nossos estudos clínicos no Brasil.

    O aumento da inclusão da população negra é fundamental para considerar uma maior variedade de pacientes com condições de saúde diferentes.

    BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

    DISTRIBUÍDO POR

    Consulte remédios com os melhores preços

    Favor usar palavras com mais de dois caracteres
    DISTRIBUÍDO POR
    Continua após a publicidade

    Isso não se restringe apenas a questões genéticas: inclui também as condições ambientais, sociais e econômicas, que influenciam na saúde do indivíduo, inclusive impactando na resposta ao tratamento.

    Mas, para garantir o envolvimento de diversas populações nos estudos também há desafios. Precisamos, por exemplo, facilitar as inscrições de voluntários para os estudos e empregar estratégias para a retenção e o engajamento desses grupos.

    Além disso, é crucial o envolvimento da comunidade, das autoridades públicas e de parceiros da indústria farmacêutica para fomentar a confiança e promover mudanças coletivas nos estudos clínicos.

    A colaboração entre todos esses atores pode resultar inclusive em parcerias significativas em busca de soluções.

    *Viviane Rezende é farmacêutica e diretora da Unidade de Estudos Clínicos da Sanofi Brasil

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.