Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde

Crianças conectadas: muito além do tempo de tela

Não deveríamos só restringir o uso de meios eletrônicos pelos mais novos. Quando bem empregada, tecnologia pode ser aliada da família, defendem autores

Por Daniel Spritzer e Bernardo Bueno, pesquisadores*
Atualizado em 29 jun 2023, 09h51 - Publicado em 27 jun 2023, 19h01
criança-celular
Equilíbrio e presença dos pais por perto fazem diferença ao utilizar as telas. (Foto: GI/Getty Images)
Continua após publicidade

Criar filhos nunca foi uma tarefa fácil, e a presença das novas tecnologias desde cedo na vida das crianças pode aumentar ainda mais esse desafio.

Não há dúvidas de que a tecnologia digital é um elemento importante na vida diária de crianças, adolescentes e adultos. A pesquisa Games Brasil de 2023 aponta, por exemplo, que cerca de 70% dos brasileiros têm o hábito de jogar videogame. O uso de smartphones é muito mais difundido: brasileiros passam, em média, cinco horas e meia por dia usando seus dispositivos móveis.

Ao mesmo tempo, famílias e escolas se preocupam com as crianças e as “telas”, um termo genérico para dispositivos como celulares, tablets, videogames, computadores e televisão. Será que faz bem mesmo? Não é melhor proibir tudo?

Quando a ideia é manter as crianças quietas ou fugir de problemas, é um uso potencialmente problemático. Mas essas tecnologias também nos permitem buscar novos conhecimentos, conversar com amigos e família, experimentar formas de arte e entender melhor como o mundo funciona. E a pandemia impulsionou essa visão.

As crianças de hoje são educadas e cuidadas por uma geração que viveu de perto o surgimento de computadores pessoais, celulares, videogames e a própria internet. Os adultos precisam aprender a mexer nessas ferramentas e agora têm a tarefa de orientar seus filhos a usá-las da forma mais saudável possível.

A pergunta mais frequente sobre a relação entre crianças e tecnologia é: quanto tempo devem usar? Qual a indicação para cada idade?

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: O perigo do abuso das telas

Instituições como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desenvolveram recomendações sobre o tempo de tela adequado para crianças e adolescentes.

Essas orientações incluem, por exemplo, que crianças de menos de 2 anos não usem telas e que crianças até 4 anos usem por no máximo 1 hora por dia. A partir daí, vão ficando mais flexíveis, desde que o foco seja em desenvolver atividades não sedentárias na maior parte do dia.

Por outro lado, o tempo de telas é só o início da discussão. Mais importante que um simples número é a reflexão, pela família e pela escola, sobre o propósito do uso, seguida de orientações sobre como usar ferramentas digitais de maneira consciente.

Pense no isolamento social durante a Covid-19: sem poder sair de casa, a internet foi a principal maneira de as crianças seguirem os estudos e manterem contato com família e amigos. A conta do tempo de uso simplesmente não servia nessa situação.

Continua após a publicidade

Este olhar macro da nossa relação com a tecnologia digital é o grande objetivo do nosso livro Crianças Bem Conectadas (Maquinaria Editorial – Clique para comprar**), que conta ainda com a co-autoria da psiquiatra Laura Moreira e das psicólogas Aline Restano e Juliana Potter.

Defendemos que, com alguns conceitos e ideias em mente, é possível desfrutar do lado bom da tecnologia. O que devemos levar em conta, então?

Participação: assistir e jogar juntos, assim como conversar sobre tecnologia na mesa do jantar, são algumas maneiras de estar por perto e aprender. Orientar não é impor, e muito aprendizado vem do diálogo;

Equilíbrio: é fundamental que se realizem outras atividades, como estar com família e amigos, praticar esportes, brincar ao ar livre, dormir, ler, brincar de faz de conta, jogar jogos de tabuleiro e ter hobbies;

Continua após a publicidade

Momentos adequados: cabe orientar sobre outros momentos quando não é permitido usar telas. Por exemplo, ao atravessar a rua, durante as aulas ou na hora das refeições;

Hora de dormir: evitar as telas entre 1 e 2 horas antes de dormir ajuda a diminuir os estímulos e ter um sono de melhor qualidade;

Guiando pelo exemplo: lembre-se de que as crianças estão sempre observando os adultos. Tem pouco efeito dizer que “tela demais faz mal” se elas observam os adultos grudados em seus celulares e computadores o dia todo.

A tecnologia pode, sim, ser uma aliada da família e da escola e não precisa ser um bicho de sete cabeças. Não existem fórmulas prontas, o que exige uma reflexão constante, levando sempre em consideração o contexto de cada criança.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

* Daniel Spritzer é médico psiquiatra e Bernardo Bueno, pesquisador da PUC-RS. Ambos são coautores do livro Criança Bem Conectada (Maquinaria Editorial)

** A venda de produtos por meio deste link pode render algum tipo de remuneração à Editora Abril

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.