A autoestima masculina é um assunto que ainda carrega estigma e tabu, por mais que já tenham sido naturalizados os cuidados com a pele, com a imagem corporal e com a moda nesse público. Uma das maiores queixas que tenho de pacientes homens hoje é o tamanho das mamas.
Essa é uma condição pouco falada, mas que afeta profundamente a autoestima e autoconfiança masculinas. Nós a chamamos de ginecomastia.
A maior concentração de gordura na região da mama pode ocorrer nos homens principalmente a partir da a puberdade, devido a alterações hormonais, ao excesso de tecido glandular mamário ou ao ganho de peso.
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Tal aumento durante a adolescência pode ser considerado normal e regularizado pelo próprio corpo ao final desse processo. Porém, para cerca de 5% dos homens, o maior volume nas mamas pode persistir.
Além do tamanho proeminente, outro fator que afeta a autoestima é que as mamas podem ficar assimétricas, isto é, uma maior que a outra. Felizmente, tem tratamento!
Ele consiste numa cirurgia de correção da ginecomastia, que também pode ser acompanhada de uma lipoaspiração. O procedimento retira a glândula mamária por meio de uma incisão na parte inferior das aréolas. Caso o paciente também possua acúmulo de gordura no local, é realizada a lipoaspiração complementar durante o ato cirúrgico.
A operação é indicada a todos os homens que sentem incômodo na região, desde que já tenham passado da puberdade e tenham mais de 18 anos. Os cuidados pré-operatórios são os mesmos de qualquer cirurgia: pedimos exames de sangue e um ultrassom para avaliar o tecido mamário.
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Já no pós-operatório é essencial seguir as orientações do cirurgião plástico para garantir uma boa recuperação e uma ótima cicatrização. A cicatriz do procedimento é bem discreta, em formato de meia lua na parte inferior da aréola.
O que indico, além de manter uma alimentação equilibrada e bastante hidratação, é o uso de colete cirúrgico por três meses, com o intuito de acelerar o processo de recuperação e de retração da pele. Também é importante cuidar da higienização e da hidratação da área.
Assim que o paciente percebe que a região desinchou, sua autoestima já começa a ficar renovada. Vejo essas pessoas se permitindo viver de maneira mais confortável e livre.
* Larissa Pacheco é cirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)