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Bafo, boca seca: os possíveis efeitos do jejum intermitente na saúde oral

Estudos apontam para alterações na saliva e no hálito com o intervalo prolongado entre as refeições. Veja os cuidados necessários

Por Débora Heller, cirurgiã-dentista e cientista*
6 Maio 2025, 10h47
jejum intermitente
Jejum virou febre entre quem quer emagrecer. Mas especialistas fazem ponderações sobre a estratégia. (Ilustração: Imagesines/SAÚDE é Vital)
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O jejum intermitente tem se tornado cada vez mais comum entre as pessoas, seja para chegar ao peso desejado ou por motivos de saúde. Devido à sua popularidade, pesquisas recentes questionam se a prática é eficiente ou não.

Mas, e para a boca? Será que ficar horas sem ingerir alimentos prejudica ou beneficia a saúde bucal?

Tudo começa pela saliva, pois ela é responsável por manter o pH da boca neutralizado, o que ajuda a preservar a integridade dos dentes e previne contra a maioria das doenças bucais.

A saliva neutraliza o pH bucal através de diversos sistemas de tamponamento (mecanismos que mantêm o pH em níveis saudáveis), principalmente o sistema tampão ácido carbônico/bicarbonato. Assim, quanto mais saliva estiver no meio bucal, mais protegida estará a boca.

Não se sabe, ainda, se o jejum intermitente faz mal à saúde bucal. Porém, se a pessoa se manter hidratada, a produção de saliva estará normal e o meio bucal se manterá protegido; caso contrário, o longo período sem comer ou tomar líquidos pode causar boca seca, o que impacta na diminuição da proteção natural da boca.

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+Leia também: Jejum pode ser gatilho para compulsão por comida

Outro ponto, nesse caso, é o “hálito de jejum” — odor característico e resultante da queima de gordura e liberação dos ácidos graxos, que causam um mau cheiro.

Dentre os benefícios que o jejum intermitente pode trazer à saúde geral, há estudos preliminares feitos em animais, que dizem que ele tem sido uma estratégia não medicamentosa na prevenção de doenças inflamatórias, como a melhora do controle glicêmico, menor estresse oxidativo e melhor função cardiovascular e cerebral.

Em relação à saúde bucal, ainda sabemos muito pouco. O que sabemos até agora indica que a restrição calórica (dieta parecida ao jejum intermitente) pode reduzir a inflamação gengival e prevenir a perda óssea periodontal, mas os estudos ainda são majoritariamente em animais.

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De acordo com um estudo realizado na década de 90, constatou-se que em humanos a saliva em jejum apresentava 50% mais nitrito, apesar do fluxo salivar ser de quase metade, e, ainda assim, mantinha os níveis de cálcio e o fosfato (minerais que protegem os dentes) estáveis.

Esse estudo mostra que a saliva em jejum aumenta a concentração de nitrito, que é um composto convertido em óxido nítrico (NO), molécula com efeitos vasodilatadores e antimicrobianos.

Sendo assim, o jejum intermitente até pode ter seus efeitos benéficos, sim. Porém, quem o fizer deve estar ciente de que a boca tem de estar sempre hidratada para não correr o risco de estar suscetível ao aparecimento de doenças. E, claro, vale sempre ressaltar a importância de buscar orientação profissional.

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Manter a higiene bucal em dia é essencial, pois controla a formação de biofilme dental, conhecido popularmente como placa bacteriana, causadora das principais doenças bucais, entre elas a mais comum, a cárie.

A recomendação geral é escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia com creme dental com flúor, usar fio, fita ou escova interdental e, se indicado pelo dentista, complementar com enxaguante bucal. Evitar consumo de alimentos ricos em açúcares também é fundamental para manter o equilíbrio bucal.

Além disso, é essencial manter consultas regulares com o cirurgião-dentista para prevenção e cuidados personalizados.

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*Débora Heller, cirurgiã-dentista e cientista, membro do Grupo de Trabalho de Saliva do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

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