Como já abordamos em artigos anteriores, o mercado de saúde tem passado por uma intensa transformação digital.
Com isso, as healthtechs ganham cada vez mais relevância, pois conseguem, por meio de tecnologia e inovação, prover melhorias significativas em diferentes áreas da saúde.
Por outro lado, gestores dessas empresas enfrentam desafios próprios, visto que temos presenciado problemas com segurança cibernética, novas perspectivas trabalhistas, além da conjuntura econômica e política globais.
É imperativo que os agentes do setor fiquem atentos às novidades e, principalmente, às oportunidades de atuar de forma a entregar soluções eficientes, seguras e, acima de tudo, acolhedoras para o público final. Ou seja, o paciente.
No início de 2022, a Casa Branca (USA) ordenou que as agências federais adotassem a segurança de confiança zero até 2024. Esse movimento serviu como alerta para os demais setores econômicos locais e, claro, mundiais.
É natural que as instituições de saúde passem a buscar soluções que ofereçam recursos altamente seguros para seus pacientes. Afinal, ninguém deseja ter dados delicados, referentes à saúde, sendo vazados de forma alguma.
Nesse sentido, pode-se, por exemplo, criar um departamento de risco que aplique camadas de segurança, como autenticação em multifator, VNP para acesso remoto e modernos antivírus.
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Outro recorte interessante do setor é que o paciente 5.0 demanda cada vez mais que hospitais e clínicas façam a coleta de dados e os usem de forma responsável em prol da melhora de sua experiência.
Esse ponto passa pelo chamado SDOH, ou dados sobre os determinantes sociais da saúde.
Esse novo perfil de paciente entende que informações sobre moradia, instabilidade alimentar e renda têm impacto direto na saúde de cada pessoa. E, de posse de tais dados, médicos e enfermeiros passam a atender com um olhar mais humano e eficiente em cada caso.
Pensando em uma aplicação prática, gestores podem fazer uso de bots que alertam os médicos caso o paciente esteja esperando há muito tempo para ser atendido, reduzindo o tempo de espera e, consequentemente, otimizando a experiência do paciente.
Precisamos sempre lembrar que, desde a pandemia, os profissionais de saúde têm sofrido de exaustão.
Por isso, a chegada das soluções das healthtechs auxilia na aplicação de recursos de automação que tiram os profissionais de tarefas burocráticas e os liberam para fazer o que fazem de melhor: prestar um atendimento de qualidade ao paciente.
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Nesse quesito, já existem recursos e plataformas de ativação verbal para auxiliar os médicos. Eles podem, por exemplo, ditar quais são os problemas que o paciente apontou, bem como orientar sobre diagnósticos e tratamentos.
Dessa forma, o profissional otimiza o tempo que teria que escrever ou digitar tais informações. Outro exemplo de agilidade é o caso de aplicativos que possibilitam ao paciente salvar seus dados, como laudos e resultados de exames, disponibilizando dados relevantes na palma da mão para compartilhar com o médico.
Na jornada da experiência em saúde, é o bem-estar do paciente que importa. E o uso de tecnologias deve sempre ter esse objetivo.
*Cadu Lopes é CEO da Doctoralia Brasil, Peru e Chile e Feegow Clinic.