Muitas pessoas vão ao dermatologista quando a acne aparece ou os sinais do envelhecimento ficam mais visíveis e passam a incomodar. Mas o dermatologista não trata somente de questões estéticas ou doenças que atingem originalmente esse órgão, como micoses e queimaduras.
Ele precisa olhar a pele integralmente, procurando inclusive sinais que possam indicar a presença de outras doenças.
Por exemplo: áreas escurecidas e espessas nas dobras do pescoço muitas vezes são indícios de resistência à ação do hormônio insulina, situação essa que, se não tratada, evolui para o diabetes.
Quem tem diabetes corre o risco de apresentar também a dermopatia diabética, caracterizada por lesões ulceradas nas pernas (uma consequência de alterações na microcirculação).
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E há ainda o prurido (ou coceira) noturno, acompanhado de lesões vermelhas da pele, que devem chamar a atenção para a possibilidade de serem sinais de linfomas cutâneos.
Até mesmo doenças hepáticas podem modificar a pele, deixando-a amarelo-esverdeada.
Já lesões amarronzadas e elevadas, na boca ou no corpo, podem estar ligadas ao Sarcoma de Kaposi, quadro que muitas vezes resulta de uma infecção por HIV.
A presença desse vírus também é capaz de levar a uma foliculite, com carocinhos que coçam muito.
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Quando há queda de cabelo associada ao cansaço, faz-se necessário investigar um possível hipotireoidismo.
Já lesões vermelhas, descamativas e com atrofia da pele, no rosto ou couro cabeludo, e que ardem em contato com o sol, podem sinalizar uma doença conhecida como lúpus.
Esses são apenas alguns exemplos de como certas doenças causam impactos na pele, o que nos mostra como esse órgão é um verdadeiro universo para estudos e análises da saúde integral dos indivíduos. Vamos valorizá-la!
*Heitor de Sá Gonçalves é dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)