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A adesão ao tratamento do diabetes: questão de política pública

Campanha reforça importância de se engajar no plano terapêutico para controlar a doença e cobra políticas públicas mais assertivas nesse sentido

Por Vanessa Pirolo, coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade*
10 nov 2023, 18h00

Chegamos a mais um mês do diabetes! Todas as organizações se preparam para realizar as atividades, que incluem campanhas de detecção de glicemia em diversos lugares do Brasil para rastrear pessoas que tenham a condição ou alto risco de desenvolvê-la. Também protagonizam ações de conscientização por meio de iluminação de prédios públicos e pontos turísticos para chamar atenção à causa, além das palestras educativas.

As 24 organizações de diabetes ligadas à Coalizão Vozes do Advocacy estão se desdobrando para realizar uma tarefa que deveria ser do governo, ou seja, melhorar o acesso da população aos insumos e medicamentos, assim como oferecer tratamento adequado e integral à população. No final das contas, porém, o Estado não está conseguindo cumprir essa função e o resultado é catastrófico por várias razões.

Segundo o último Censo Médico da USP, há somente 5 888 endocrinologistas no país para poder assistir mais de 16 milhões de brasileiros com diabetes, ou seja, estes profissionais não atendem a demanda, que é muito alta. Como reflexo a população não tem informações adequadas sobre a condição e a adesão ao tratamento é muito baixa, segundo o estudo “Prevalência e Correlações do Controle Glicêmico Inadequado”.

Para melhorar o engajamento terapêutico, muitas iniciativas estão sendo tomadas pelo país por organizações da sociedade civil, entre elas a capacitação de profissionais de saúde em diabetes de Departamentos Regionais de Saúde de São Paulo.

Outra é a campanha O Tratamento é Essencial à Vida. Abrace o Seu! O intuito é estimular os brasileiros com a condição a realizarem o tratamento para prevenir as complicações e, ao mesmo tempo, sensibilizar o governo sobre as barreiras de acesso ao tratamento e discutir soluções que possam melhorar o diagnóstico precoce da condição, diminuir a incidência das sequelas do diabetes e os gastos, que superam 43 bilhões de dólares ao ano, segundo dados do próprio Ministério da Saúde.

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Por isso, precisamos que o governo olhe as necessidades das pessoas com diabetes como prioridade, atenda aos chamados das reuniões, discuta estratégias para melhorar o acesso ao tratamento adequado e assim reverta dados como os que foram pulicados recentemente pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). O relatório mostrou que mais de 282 mil cirurgias de amputação de membros inferiores (pernas ou pés) foram realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro de 2012 e maio de 2023.

Só em 2022, no país, os registros alcançaram a marca de 31 190 procedimentos realizados, o que significa que – a cada dia – pelo menos 85 brasileiros tiveram seus pés ou pernas amputadas na rede pública de saúde e mais da metade dos casos de amputações envolvem pessoas com diabetes.

Muitas outras complicações são resultado do mau controle do diabetes. De acordo com o estudo intitulado, “As Condições de Saúde Ocular no Brasil”, publicado em 2019 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a retinopatia diabética é responsável por 4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira devido a doenças oculares, o que equivale a um impacto potencial em 1,8 milhão de pessoas.

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Outro dado importante, reportado em um artigo médico, é que a nefropatia diabética está presente em, aproximadamente, 30 a 40% dos casos de diabetes tipo 1 e em 20% dos casos de diabetes tipo 2, sendo a doença renal a principal causa de mortalidade nos pacientes com o tipo 1.

Baseado nestes números tão alarmantes, as associações de diabetes trabalham arduamente para alertar sobre os riscos da condição e da falta de tratamento adequado. Por isso, fazemos um apelo para que a população realize os exames de sangue a fim de saber se possui alteração na glicemia, o que indica a presença da doença, e nos apoie nessa demanda prioritária junto ao Ministério da Saúde. Só assim conseguiremos mudar um panorama que, a cada ano, se torna mais desafiador para o Brasil.

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* Vanessa Pirolo é coordenador de diabetes e obesidade da Coalizão Vozes do Advocacy

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