Relâmpago: Revista em Casa por R$ 9,90
Imagem Blog

Check-up com Sidney Klajner

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O cirurgião e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein levanta e debate as tendências e os desafios que interferem em nosso dia a dia e na saúde pública do país

O que HPV tem a ver com câncer anal? Tudo!

Tumores no ânus estão fortemente associados a infecções por esse vírus, que também está entre as causas do câncer de colo de útero

Por Sidney Klajner
23 Maio 2025, 17h30
hpv-cancer-anal
 (Ilustração: Jonatan Sarmento/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Mulheres costumam realizar rotineiramente o exame de Papanicolau para rastreamento do câncer de colo de útero, que pode ser causado pelo vírus HPV. O que nem todos sabem é que esse mesmo vírus também pode provocar o câncer anal, que ocorre na borda externa do ânus e no canal anal, que liga essa parte do organismo ao início do reto.

Cerca de 90% dos pacientes com câncer de ânus apresentam infecção pelo HPV. Esse tipo de tumor é raro, representando apenas de 1% a 2% dos cânceres colorretais, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Com diagnóstico precoce do HPV e tratamento adequado, as chances de cura são elevadas. Sem isso, a infecção evolui, podendo inclusive gerar verrugas. Mas não é incomum as pessoas retardarem a ida ao médico aos primeiros sinais de lesões por HPV por acharem que não se trata de algo potencialmente grave.

Consideram, por exemplo, que pode se tratar de uma hemorroida ou alguma alteração inofensiva, que tende a desaparecer.

+Leia também: De hemorroida a fissura: quando o problema é mais embaixo

A primeira manifestação de infecção por HPV na região é geralmente o condiloma, verruga no ânus que surge pela combinação de presença do vírus e atrito, daí o maior risco para pessoas que praticam sexo anal.

O exame é feito pelo coloproctologista, usando um aparelho chamado anuscópio associado ou não a um dispositivo de magnificação que amplifica a imagem, permitindo observar lesões na região.

Continua após a publicidade

Para maior comodidade do paciente, o exame pode ser feito em centro cirúrgico com sedação e, se houverem lesões, elas podem já ser removidas. A amostra do tecido extraído segue para análise anatomopatológica, que é complementada por exame imuno-histoquímico para identificar o tipo de HPV e saber se é do grupo de baixo ou alto risco.

Uma das classificações da verruga por HPV é a neoplasia intraepiletial (NIA), um carcinoma in situ, um câncer superficial, que está apenas na pele. Nesses casos, só a remoção da verruga é suficiente.

O câncer anal propriamente dito se apresenta como uma massa dura na borda do ânus, com crescimento progressivo e indolor. Na imensa maioria dos casos, o tratamento não envolve cirurgia, apenas quimio e radioterapia, com boas chances de cura.

Somente tumores maiores e mais avançados podem exigir intervenção cirúrgica e, em algumas situações, a remoção definitiva do ânus e colostomia permanente (desvio das fezes para uma bolsa coletora encaixada no abdome).

Continua após a publicidade

Sintomas do câncer anal

Além de verrugas e massa endurecida na região anal, outros sinais da doença incluem:

  • Dor durante a evacuação;
  • Coceira e ardor na região do ânus;
  • Incontinência fecal.

Em relação ao diagnóstico, é importante destacar que, por ser uma estrutura muscular, o canal anal não é objeto da colonoscopia. Ela analisa a mucosa do intestino grosso e do reto, ou seja, observa o intestino a partir do final do canal anal. Este é estudado no exame proctológico feito em consultório.

+ Leia também: Você sabe o que é anuscopia? Entenda para que ela serve

Como se prevenir

Sexo anal desprotegido, relação com múltiplos parceiros também sem proteção e compartilhamento de brinquedos sexuais são alguns fatores que podem levar à infecção pelo HPV e ao câncer anal.

Continua após a publicidade

Além do uso de camisinha nas relações sexuais, para pessoas com risco mais elevado pode ser indicada a vacina contra o HPV, qualquer que seja a idade.

No SUS, ela é oferecida apenas a jovens de 9 a 14 anos, pacientes em tratamento oncológico com quimioterapia e/ou radioterapia, portadores de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), usuários de profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) e vítimas de violência sexual.

O imunizante também é encontrado na rede particular de saúde. Vale destacar que, além de facilmente transmissível, o vírus HPV pode ficar “adormecido” no organismo por anos e até décadas e, em determinado momento, se manifestar.

Alterações na região do ânus podem estar associadas a hemorroidas, abcessos, infecções sexualmente transmissíveis (além do HPV) etc. Mas, qualquer que seja o sinal de que algo mudou na região anal ou de incômodos que não existiam antes, o melhor é buscar logo a avaliação de um proctologista.

Continua após a publicidade

Pode ser, sim, um sinal sem maior gravidade, mas também pode se tratar de um pré-câncer ou câncer. E, aqui, diagnóstico e tratamento precoces fazem toda a diferença.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.