Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Câncer em Pauta

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Especialistas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) discutem a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer no nosso país
Continua após publicidade

Baixa adesão a exames afeta o tratamento do câncer de cabeça e pescoço

A procura baixa por exames preventivos faz os brasileiros só descobrirem esses tumores em fase avançada. E o diagnóstico precoce dobra a chance de cura

Por Pedro De Marchi, oncologista da Sboc*
Atualizado em 28 ago 2019, 16h09 - Publicado em 27 jul 2019, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • 27 de julho é o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. Apesar de ocupar a quinta posição na lista dos tumores mais prevalentes no mundo, essa doença é pouco conhecida (como consequência, a população se preocupa menos com os exames que o diagnosticam).

    Os cânceres de cabeça e pescoço consideram as regiões da boca, nariz, faringe (garganta), laringe, seios da face e glândulas salivares. Desses, os mais incidentes são os de boca e laringe. A doença acomete principalmente homens na faixa dos 50 anos.

    No Brasil, a maioria dos pacientes com tumor nessa região descobre a enfermidade em estágio avançado, realidade comum em países subdesenvolvidos devido a desinformação e baixa adesão aos exames preventivos e hábitos pouco saudáveis. De acordo com pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) sobre atitude e estilo de vida do brasileiro em relação ao câncer, apenas 49% dos entrevistados fazem checkups.

    A situação é ainda mais preocupante para os homens. Eles registram as piores taxas de conversão entre receber informação e, a partir daí, realizar os exames necessários.

    Essa postura, aliás, reflete na própria incidência da enfermidade, que é significativamente maior entre homens do que em mulheres. O hábito de beber e fumar, por exemplo – mais frequente no sexo masculino –, pode multiplicar em quase 20 vezes a possibilidade de uma pessoa saudável desenvolver algum câncer de cabeça e pescoço.

    Continua após a publicidade

    Outro dado preocupante é que seis em cada dez pacientes com esses tumores atendidos pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) receberam o diagnóstico tardio. Nessa situação, a possibilidade de cura é de aproximadamente 40%. Se a detecção fosse precoce, esses indivíduos teriam o dobro de chance de cura (cerca de 80%).

    Para obter o diagnóstico precoce, é imprescindível conhecer os sintomas. São eles: ferida que não cicatriza na boca, rouquidão, dificuldade ou dor ao engolir, voz prejudicada, nódulo no pescoço e perda de peso. Dado que muitos são indícios de doenças comuns, como resfriados, o mais importante aqui é a duração.

    Caso esses incômodos persistam por ao menos duas a três semanas, é preciso procurar um médico. Ele irá realizar um exame físico completo, incluindo uma avaliação cuidadosa da cabeça e do pescoço para verificar possíveis sinais de câncer.

    Continua após a publicidade

    Já a prevenção está diretamente relacionada ao acesso à informação. É fundamental conscientizar a sociedade de que a maioria dessas doenças podem ser prevenidas, já que os principais fatores de risco são evitáveis.

    Em primeiro lugar, temos o tabagismo, relacionado com 80% dos diagnósticos da doença. Ele é seguido por: consumo excessivo de álcool, presente em aproximadamente 50% dos casos, e prática de sexo desprotegido, em que se pode contrair o vírus HPV, ligado a uma parcela de cânceres, principalmente de garganta.

    O tratamento do câncer de cabeça e pescoço

    Apesar de alguns dados alarmantes, há boas notícias. Com os avanços da medicina, os tratamentos padrão para tumores de cabeça e pescoço – cirurgia, quimioterapia e radioterapia – estão cada dia mais precisos e menos invasivos. As estratégias de abordagem terapêutica são definidas por uma equipe multidisciplinar de profissionais, de acordo com tipo e estágio da doença.

    Continua após a publicidade

    Recentemente, a imunoterapia passou a fazer parte das opções terapêuticas. No Brasil, a terapia tem cobertura pelos planos de saúde particulares como segunda linha de tratamento (quando a primeira alternativa não teve o resultado esperado), mas a cada dia surgem mais inovações na área, que é promissora.

    Em junho, o resultado positivo de um estudo clínico sobre imunoterapia foi apresentado no principal congresso de oncologia do mundo (ASCO). Essa pesquisa mostrou que, principalmente quando usada em combinação com quimioterapia, a imunoterapia aumenta significativamente o tempo de vida dos pacientes com doença avançada.

    Esse esquema de tratamento já foi aprovado nos Estados Unidos em primeira linha – quando é considerado a primeira opção de combate à doença – e a expectativa é que a Anvisa autorize seu uso no Brasil em breve. Essa novidade é mais um passo em direção ao futuro da oncologia, que reserva muitas notícias prósperas para todos.

    Continua após a publicidade

    *Dr. Pedro De Marchi é oncologista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.