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Saiba tudo sobre a bronquiolite

Médico explica causas, sintomas e tratamento dessa doença que atinge as crianças nos dois primeiros anos de vida

Por Dr. Alfonso Eduardo Alvarez
Atualizado em 10 jun 2019, 17h10 - Publicado em 8 jun 2019, 15h15

A bronquiolite é uma inflamação dos bronquíolos, que são a parte final dos brônquios. Eles ficam antes dos alvéolos, onde é feita a troca de oxigênio pelo gás carbônico. Quando nos referimos a essa doença, em geral falamos do tipo mais comum, que é a bronquiolite viral aguda, que acomete crianças nos dois primeiros anos de vida – inclusive, essa é a principal causa de internação de menores de 1 ano no mundo. Vamos saber mais sobre essa condição?

O que leva à bronquiolite

Ela é causada por vírus. O principal atende pelo nome de vírus sincicial respiratório, e é responsável por 40 a 80% dos casos. Vários outros tipos, porém, podem provocar a doença.

Os sintomas

Normalmente o quadro é precedido por sintomas de vias aéreas superiores, como nariz escorrendo. E pode (ou não) ocorrer febre. Na evolução do problema, a inflamação dos bronquíolos causa sua obstrução, o que dificulta a passagem do ar. Daí surgem tosse, dificuldade respiratória e chiado no peito.

A doença pode ser desde muito leve, com secreção nasal e tosse discreta, até grave, com insuficiência respiratória e necessidade de internação. Para ter ideia, 5% das crianças com bronquiolite necessitam de internação e, dessas, 2% vão à óbito.

Os fatores de risco para ter a forma grave da bronquiolite

Uma evolução ruim do quadro é associada a questões como prematuridade, tabagismo passivo, baixa idade, ausência de aleitamento materno, doença pulmonar crônica, cardiopatia congênita e ser do sexo masculino.

Cabe lembrar, no entanto, que a maior parte das crianças internadas por bronquiolite não apresenta nenhuma dessas condições.

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Recentemente, realizei uma pesquisa na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, e nosso grupo de trabalho demonstrou que existem fatores genéticos que contribuem com a gravidade da bronquiolite. O estudo foi publicado na revista científica Gene.

O diagnóstico

Ele é baseado na história clínica e na avaliação física. Ou seja, não é necessário nenhum exame para confirmar a doença. A detecção do vírus é um exame útil, mas não fundamental. A radiografia de tórax e os testes de sangue não devem ser recomendados como rotina – são indicados apenas para casos de evolução grave.

O tratamento

A bronquiolite geralmente é auto-limitada e o tratamento depende da gravidade da doença. A maioria das crianças pode ser acompanhada em casa. Mas, caso a decisão do pediatra seja essa, é importante que ele tranquilize os pais e esclareça sobre os sinais de alerta que podem indicar a evolução da doença e, assim, a necessidade de uma reavaliação.

Entre os sintomas que merecem atenção estão: dificuldade respiratória, aumento da frequência respiratória e utilização da musculatura acessória para respirar – que é evidenciada pela retração entre as costelas e da fúrcula, o espaço logo acima do esterno, o osso do peito. Além de um abatimento excessivo da criança e recusa em se alimentar e hidratar.

A internação será necessária se ocorrer desconforto respiratório grave ou incapacidade para manter a hidratação adequada. Aqueles que apresentam os fatores de risco citados anteriormente, porém, podem precisar de internação em um estágio mais precoce da doença.

Quando a internação ocorre, o principal aspecto do tratamento é o suporte com oxigênio, feito geralmente através de um cateter nasal – às vezes é preciso administrá-lo de forma mais invasiva. Além disso, deve ser mantida uma hidratação adequada, preferencialmente por via oral.

Se a criança apresentar dificuldade na alimentação, opta-se pelo uso de sonda nasogástrica ou hidratação endovenosa. A aspiração cuidadosa das narinas e a higiene nasal com solução salina são atitudes benéficas. As diretrizes atuais não recomendam a fisioterapia respiratória na bronquiolite não complicada.

Por ser uma doença viral, não há nenhuma necessidade de oferecer antibióticos à criança. Também está provado que não há nenhum benefício em administrar broncodilatores inalatórios, epinefrina inalatória ou corticoides, seja via inalatória, oral ou endovenosa.

*Dr. Alfonso Eduardo Alvarez é pneumologista pediátrico, mestre e doutor em Saúde da Criança e do Adolescente e presidente do Departamento de Pneumologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo

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