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Hanseníase: com diagnóstico precoce, podemos vencê-la

Brasil é o segundo país com maior número de casos. A boa notícia é que o tratamento da infecção é gratuito e o prognóstico, positivo na maioria dos casos

Por Sandra Maria Barbosa Durães, dermatologista*
Atualizado em 19 set 2019, 14h35 - Publicado em 21 abr 2019, 10h35

A hanseníase, que um dia já foi chamada de lepra, está entre as doenças ditas negligenciadas, que acometem as populações mais pobres do planeta. A Índia ocupa o primeiro lugar em número de casos, mas o Brasil vem logo atrás, na segunda posição. A imagem negativa da enfermidade remonta aos tempos bíblicos, quando ela causava incapacidades físicas estigmatizantes e praticamente nada podia ser feito. No entanto, essa visão não corresponde à realidade atual. Já existe um tratamento eficaz e capaz de curar a hanseníase. Mas, afinal de contas, o que é essa doença?

Trata-se de uma infecção provocada pela bactéria Mycobacterium leprae. O contágio se dá pelas secreções da respiração, da mesma forma que a gripe: uma pessoa infectada pode disseminar o micro-organismo ao respirar perto de outra. A maioria da população possui uma resistência natural contra a bactéria da hanseníase — assim, pouca gente que entra em contato com os indivíduos não tratados de fato adoece.

O problema atinge em especial a pele e os nervos periféricos. Surgem manchas brancas ou avermelhadas que podem se elevar (lembrando placas), além de caroços. A principal característica das lesões é uma diminuição da sensibilidade ao calor, ao frio e à dor. Isso porque, em todos os casos, os nervos periféricos ficam comprometidos.

Quando só as terminações dos nervos na pele são afetadas, surge a sensação de dormência e formigamento nas manchas. Agora, se todo o nervo é acometido, o quadro pode vir acompanhado de perda da força nas mãos e nos pés.

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Pacientes com maior resistência e diagnóstico precoce apresentam poucas manchas e menor quantidade de bactérias (carga bacilar). Já os com baixa resistência e detecção tardia tendem a exibir uma maior disseminação das lesões na pele e grande carga bacilar.

O tratamento é gratuito e realizado pelo SUS em todo o território nacional. Conforme a gravidade, ele dura de seis a 12 meses. Após o início da terapia, não é necessária nenhuma medida higiênica ou de isolamento domiciliar, como separação de talheres. Com a primeira dose da medicação, o risco de contágio cai drasticamente.

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Em resumo, a hanseníase é curável e o prognóstico, muito bom na maioria dos casos. Mas isso está diretamente ligado ao tempo de evolução da doença. É vital que os brasileiros estejam atentos aos sintomas e procurem assistência médica o mais rapidamente possível.

*Sandra Maria Barbosa Durães é dermatologista e professora da Universidade Federal Fluminense. Ela coordena o Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Campanha Nacional de Hanseníase, também da SBD.

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