Uma em cada quatro pessoas no planeta têm deficiência de ferro, que dá origem à anemia. Nas crianças, além da falta de ânimo, sonolência e dores de cabeça, esse problema provoca um déficit no sistema nervoso capaz de causar problemas para a vida toda, inclusive de aprendizado.
Apesar de ter tratamento simples, a doença só é detectada por meio de um exame de sangue. E, em algumas regiões do país, a amostra demorava até um mês para ser analisada.
Para resolver o impasse, pesquisadores do Centro Assistencial Cruz de Malta, em São Paulo, testaram um aparelhinho chamado de Agabe, versão nacional e mais barata de um dispositivo criado na Suécia que mede instantaneamente os níveis de hemoglobina – a proteína que carrega o ferro – no sangue.
A equipe provou a eficácia da engenhoca em campo, avaliando grupos de crianças e adultos em diversas regiões do país, como no litoral paulista e em comunidades ribeirinhas do Pará. Com o argumento do resultado rápido, a população foi mobilizada para fazer o exame.
Mais: quem apresentou resultado positivo foi tratado e reavaliado 12 semanas depois. Após esse período, as taxas de hemoglobina dos anêmicos subiram bastante e de maneira parecida em todas as localidades, a despeito de diferenças culturais e econômicas. Prova de que o diagnóstico ligeiro faz a diferença em qualquer canto do mundo.
O trabalho rendeu ao time paulistano o troféu na categoria Saúde e Prevenção do Prêmio SAÚDE 2012. Em 2015, a premiação que homenageia as maiores pesquisas científicas e campanhas em prol do bem-estar dos brasileiros completa dez anos. Saiba tudo sobre ela clicando aqui.