Tecnologia menos invasiva para tratar arritmia chega ao Brasil
Novo dispositivo foi implantado pela primeira vez em São Paulo
Todo ano, mais de 300 mil brasileiros são vítimas de morte súbita em decorrência de arritmias — quando o ritmo cardíaco fica alterado. E, em alguns casos (como o de pessoas que fazem hemodiálise ou que têm baixa imunidade), os tratamentos tradicionais disponíveis trazem ainda mais riscos.
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A boa notícia é que, agora, dá para recorrer a um novo procedimento para tratar esse mal. Trata-se do implante de um desfibrilador cardíaco subcutâneo. Ao contrário dos dispositivos existentes, esse aparelho não precisa do sistema vascular para funcionar. “Ele não passa por dentro das veias e artérias. Por isso, há menor risco de complicações no pós-operatório, como endocardite, uma infecção causada por bactérias que se instalam nos eletrodos responsáveis pelo funcionamento do aparelho”, explica o ritmologista Fernando Oliva, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, responsável pela realização do procedimento até então inédito em solo brasileiro.
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O novo dispositivo é introduzido no espaço entre o músculo e a pele. Ele monitora o ritmo cardíaco e, se necessário, emite ondas de corrente elétrica para normalizar os batimentos irregulares. A tecnologia já é utilizada na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, por enquanto, está disponível apenas no sistema privado de saúde. “A cirurgia dura em torno de 30 minutos e a recuperação é bem mais rápida, trazendo vários benefícios para o paciente”, conta Oliva. Outra vantagem do aparelho é que seu posicionamento — entre o peito e a axila — não restringe os movimentos do ombro. “É uma grande inovação no tratamento de condições cardíacas”, conclui o especialista.