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Por que o excesso de sódio faz mal para as crianças?

Agora é oficial: a Organização Mundial da Saúde limita a quantidade de sódio para os pequenos. Entenda por que isso pode livrá-los de encrencas futuras

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 22 out 2016, 16h56 - Publicado em 6 Maio 2013, 22h00
Reportagem: Joana Alves / Edição: MdeMulher
Reportagem: Joana Alves / Edição: MdeMulher (/)
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A OMS passa a recomendar uma ingestão de menos de 2 gramas de sódio por dia para meninos e meninas entre 2 e 15 anos
Foto: Getty Images

Já passou a época em que a hipertensão era exclusividade de gente mais velha. A partir do momento em que os alimentos industrializados e ricos em sódio se popularizaram na mesa da meninada, até a pressão alta se tornou cada vez mais precoce. Não por menos esse hábito alimentar chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS), que está preocupada com os casos de pressão nas alturas na infância.

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Em relatório recém-divulgado, a entidade alerta para o distúrbio que tem enorme probabilidade de se perpetuar na vida adulta. E é aí que entra o sódio, um dos principais responsáveis pela elevação permanente da pressão arterial. O mineral, que estende o prazo de validade dos alimentos, está presente na maioria dos produtos consumidos (e adorados) pelas crianças, como bolachas recheadas, pães, comidas de fast food e, óbvio, nos célebres salgadinhos, que não receberam esse apelido à toa.

A OMS passa a recomendar uma ingestão de menos de 2 gramas de sódio por dia para meninos e meninas entre 2 e 15 anos. Para ter uma ideia, um único lanche com hambúrguer, queijo, catchup, maionese mais um copo de refrigerante chegam muito perto dessa cota diária. A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que entre 6 e 8% das crianças brasileiras já são hipertensas. 

A solução para prevenir ou contra-atacar tanto o ganho de peso como a pressão nas alturas não tem muito segredo: é manter, desde pequeno, hábitos saudáveis. Os cuidados, aliás, começam na amamentação. O conselho é dar preferência a alimentos não industrializados, que possuem uma quantidade do mineral suficiente para as necessidades do organismo. “O ideal é que, no preparo da refeição, não se adicione nada de sal”, orienta a nutricionista Regina Pereira. “Se a criança é acostumada a refeições salgadas, seu paladar vai se adaptar a esse padrão.”

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A orientação para os pais é retardar e reduzir a oferta dos industrializados à meninada, tirar o saleiro da mesa e… servir de modelo. São medidas que contribuem para criar um garoto que não vai depender tanto das pitadas de sódio para sentir prazer à mesa e ter uma pressão controlada.
 

Por que o excesso de sódio eleva a pressão da criança?

1. Quando o pequeno consome muito sal, o organismo passa a reter mais líquido para lidar com a sobrecarga de sódio. Daí aumenta o volume de sangue no interior das artérias.

2. Além disso, o sódio carrega moléculas de cálcio para a parede interna dos vasos, o que intensifica a contração deles e, com o tempo, torna-os mais espessos e menos flexíveis.

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3. Com as artérias mais contraídas e o maior fluxo de sangue correndo lá dentro, ocorre a chamada resistência à circulação sanguínea. Traduzindo: a pressão no interior dos vasos aumenta de forma permanente. E a hipertensão dá as caras.

Potássio amigo

A OMS recomenda aumentar o consumo do nutriente para 3,5 gramas por dia. Ou seja: capriche nas frutas e verduras, onde mora o mineral. Ele ajuda o coração a trabalhar, facilita a dilatação dos vasos e induz a excreção de sódio pelos rins.

Fontes: Dante Giorgi, nefrologista do Instituto do coração de são paulo e conselheiro da sociedade brasileira de hipertensão; Aline maria pereira, nutricionista professora do setor de medicina do adolescente.

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