O resultado dos últimos testes feitos em roedores demonstrou que a “fosfo”, nome popular da substância sintetizada na Universidade de São Paulo, em São Carlos, não foi capaz de diminuir tumores. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, liderados pelo médico Manoel Odorico de Moraes Filho, introduziram dois tipos de tumores — o sarcoma 180 e o carcinossarcoma 256 de Walker — em camundongos saudáveis. Os animais foram divididos em três grupos, com 15 bichos em cada.
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Ao longo de dez dias, a primeira turma recebeu a fosfoetanolamina por via oral, o segundo por soro fisiológico (o mesmo que placebo), enquanto o terceiro recebeu injeções de ciclofosfamida, um medicamento quimioterápico. Depois de sete dias, os camundongos que estavam sob efeito da “fosfo” e do soro fisiológico tinham tumores maiores — em alguns casos, houve inclusive metástase, quando o problema se alastra para outras partes do corpo. O terceiro grupo, por sua vez, teve sua doença diminuída.
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O composto já tinha sido reprovado nos testes in vitro, em células estudadas na bancada do laboratório. Nos cobaias, os pesquisadores também concluíram que o composto não é eficaz para combater tumores. A substância tem previsão de começar os testes em seres humanos no próximo mês de agosto.
Os estudos vêm sendo conduzidos pelo Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASSBio/UFRJ) em parceria com o Laboratório de Química Orgânica Sintética do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (LQOS/Unicamp). Já os estudos pré-clínicos — ou seja, sem voluntários humanos — estão sendo conduzidos pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC) e pelo Centro de Inovação de Ensaios Pré-Clínicos (Cienp). Os relatórios emitidos por essas instituições estão disponíveis aqui.