As penas indicam se o pássaro está vitaminado: cor e forma devem ser uniformes
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Ostentar penas coloridas e ainda cantar bonito não é nada fácil quando faltam nutrientes. “O alpiste sozinho não supre as necessidades das aves”, comenta o zootecnista João Luciano Rodrigues, de Conchal, no interior de São Paulo. Hoje, para garantir a vitalidade do animal na gaiola, há formulações que acrescentam ingredientes ricos em proteínas, vitaminas e minerais às sementes.
Segundo o veterinário Aulus Carciofi, a desnutrição está por trás da maioria dos problemas que levam os pássaros aos consultórios. “Doenças respiratórias e infecções podem ser desencadeadas pela má alimentação”, exemplifica.
A aparência mirrada do passarinho não define um quadro de carência. Outro ledo engano é pensar que um tipo aparentemente fortão está bem nutrido – ele pode encher o papo de comida pobre, mas calórica. As penas, estas sim, é que indicam se o animal está vitaminado. Cor e forma devem ser uniformes. Manchas e contornos muito irregulares denunciam deficiências ao longo do crescimento.
A ração ideal para o seu passarinho
As rações evoluíram a ponto de algumas serem formuladas para determinadas espécies. Para não cantar só as suas vantagens, é bom deixar claro um risco embutido: costumam ser gostosas e, por isso, o bicho se esbalda. “Veja no rótulo a porção recomendada para cada espécie”, aconselha João Luciano Rodrigues. Ou – nem os pássaros escapam! – é obesidade na certa e, diga-se, ela encurta a vida da ave.
Frutas e verduras, que podem fazer parte do cardápio, também devem ser oferecidas com moderação. Até porque, embora forneçam fibras, têm suas doses de agrotóxicos – e os pássaros são muito sensíveis a eles. Aliás, quer investir na saúde do passarinho? Então, só lhe dê vegetais orgânicos.
Canário: as rações para canarinhos capricham nas doses de vitaminas do complexo B. Sem elas a ave não obtém energia de outros nutrientes para a sua cantoria e até desafina.
Pássaro-preto e sabiá: essa dupla é fã de proteínas, sempre presentes com fartura em suas rações. Na natureza, adoram comer larvas de insetos – ótimas fontes do nutriente, que atua na formação dos tecidos e das penas.
Agapornis e calopsita: parentes do periquito, eles também precisam de iodo na ração para evitar o crescimento do papo. Mais exigentes que seu primo, gostam de grãos de tamanho médio, como o arroz com casca. Ou nada feito.
Periquito: iodo é essencial para esta ave. A falta do mineral pode contribuir para o aumento do papo – uma bolsa perto do esôfago que armazena alimentos. Se cresce muito, há risco de sufocamento.
Papagaio: ele é um gourmet e só devora o prato se tiver grãos graúdos. Amendoim e sementes de girassol estão entre os petiscos favoritos. Mas, com tanta gordura, é preciso dar uma força para o fígado. Como? Suplementando as sementes com vitaminas do complexo B.
Higiene é fundamental
Limpe o comedouro diariamente com álcool, secando-o bem. Restos de ração umedecidos acumulam fungos superperigosos. Um deles, o Candida albicans, provoca lesões na moela, órgão do aparelho digestivo. “O pássaro, então, deixa de comer e morre desnutrido”, alerta o zootecnista João Luciano Rodrigues. A vasilha de água também precisa se manter limpa. Ou a água vira uma sopa de micróbios.