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O que se esconde por trás da flora vaginal

A região só recebe atenção quando alguma disfunção dá as caras. Mas cuidados diários são essenciais para mantê-la equilibrada

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 set 2018, 10h58 - Publicado em 12 set 2013, 22h00
Reportagem: Thais Szegö
Reportagem: Thais Szegö  (/)
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Um batalhão de soldados estrategicamente posicionados e organizados para barrar qualquer invasor que possa provocar problemas. Assim é a flora vaginal. Nesse caso, o exército é formado por micro-organismos que devem estar em perfeito equilíbrio entre si para conseguir manter a vagina, a vulva e os órgãos próximos delas – a bexiga, o útero e as trompas – a salvo da ação de inimigos que, diante de qualquer descuido, causam diversos males. Alguns desencadeiam sintomas leves: coceira e ardência, por exemplo. Outros, no entanto, podem levar a cenários mais graves, como infertilidade e aborto.
A principal arma dessa tropa é a acidez. “Ela cria um ambiente desfavorável para a entrada, a sobrevivência e a proliferação de micróbios que possam originar alguma doença”, explica a ginecologista Carolina Carvalho, da Universidade Federal de São Paulo. Essa característica protetora é garantida pelos chamados bacilos de Döderlein. “Eles vivem na parede da vagina e se alimentam da glicose armazenada nas células, transformando-a em ácido láctico, o que faz com que sejam considerados lactobacilos”, conta o ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Além disso, a sua presença gera uma competição com os micro-organismos nocivos, fazendo com que haja menos comida para eles”, acrescenta Carolina.

Equilíbrio é fundamental

Ter uma vida saudável é o primeiro passo para preservar o equilíbrio da flora vaginal. “Isso ajuda a manter a imunidade em dia, o que reflete diretamente sobre ela”, diz o ginecologista e obstetra Alfonso Massaguer, diretor da Clínica Mae, em São Paulo. Alguns cuidados no dia a dia também são imprescindíveis. Mas, mesmo com toda precaução, alguns fatores podem alterar esse ambiente. “O ciclo menstrual, a gravidez, a atividade sexual, o uso de contraceptivos e de antibióticos são exemplos disso”, informa a ginecologista e obstetra Caroline Alexandra Pereira de Souza, da Clínica BMS, em São Paulo. Nesses casos, o próprio organismo em geral se encarrega de restabelecer a harmonia na região.
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O desarranjo ainda pode ser provocado por doenças, o que faz com que um auxílio médico seja necessário. “Males que afetam muito a imunidade, como o lúpus e a insuficiência renal, devem estar nessa lista de alerta”, afirma Alfonso Massaguer. “O diabete, que aumenta a quantidade de glicose na circulação, e o estresse, que provoca uma alteração hormonal, também têm essa ação”, acrescenta Carolina Carvalho. E até mesmo tratamentos tópicos podem ameaçar esse equilíbrio. “O uso de cremes vaginais para tratar doenças precisa ser feito com cuidado, porque eles podem atacar a flora saudável”, avisa Eduardo Zlotnik.
Independentemente do que estiver por trás dessa desproporção entre os micróbios benéficos e nocivos na flora vaginal, quando ela ocorre abre-se espaço para o surgimento de problemas. “Ardor, coceira, cheiro forte, vermelhidão e corrimento escuro ou esbranquiçado são sinais de que algo está errado”, explica Caroline Alexandra Pereira de Souza. “Se esse tipo de quadro acontecer com muita frequência, a mulher pode lançar mão de comprimidos de vitamina C para deixar a região mais ácida ou tomar iogurte com lactobacilos, porque a flora vaginal está muito ligada à flora intestinal”, sugere Carolina Carvalho. Marcar consultas frequentes com o ginecologista também é imprescindível.

Os malfeitores

Candida sp – candidíase 
Esse fungo causa coceira, ardor e corrimento esbranquiçado. Ele se prolifera diante de fatores como a umidade em excesso ou a baixa na imunidade.
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Chlamydia trachomatis – clamídia
Trata-se de uma bactéria perigosa que não mostra sintomas em cerca de 70% dos casos, mas pode ser transmitida sexualmente e causar infertilidade, aborto ou parto prematuro.
Streptococcus B 
Ele vive na flora vaginal e gastrointestinal, muitas vezes sem provocar problemas. Só que é um risco para gestantes: se não for devidamente tratado, pode contaminar o bebê durante o parto, provocando até a sua morte. Por isso, um exame para detectá-lo é obrigatório no pré-natal.
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